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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Advogada israelense admite morte de prisioneiro palestino sob tortura

Prisioneiros palestinos chegam aos Hospital Abu Youssef al-Najjar, com sinais de tortura em custódia das forças israelenses, na cidade de Rafah, na Faixa de Gaza [Firas Al-Shaer/Reprodução]

A Comissão dos Prisioneiros e Ex-prisioneiros Palestinos corroborou nesta quarta-feira (17) provas e testemunhos de que a tortura imposta pelas forças israelenses contra Abdulrahman Marei, em 7 de novembro de 2023, resultou em sua morte seis dias depois.

A entidade reiterou que provas irrefutáveis do incidente vieram à tona durante audiência na corte de Hadera, quando a própria representante das autoridades penitenciárias confessou o crime, na presença de uma equipe legal da comissão palestina.

Conforme a advogada da ocupação, Abdulrahman, então com 33 anos, da aldeia de Qarawa Bani Zeid, perto de Salfit, na Cisjordânia ocupada, foi espancado por carcereiros israelenses após uma suposta disputa entre as partes, na penitenciária de Megiddo, no norte de Israel.

O relato confirma ainda negligência médica, de modo que Abduhrahman recebeu somente um exame superficial na clínica da prisão, revelando ferimentos no rosto, torso e abdômen, além de uma disfunção em seus pulmões — contudo, sem tratamento.

Apesar de suas condições de saúde e grave hemorragia, as autoridades ocupantes decidiram transferi-lo à solitária, onde faleceu em 13 de novembro.

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Segundo a comissão, a perícia israelense deve reconduzir uma avaliação do corpo da vítima, dado que o relatório preliminar é obscuro, em particular, sobre as circunstâncias da morte. Uma sessão para divulgar a nova perícia está marcada para 25 de janeiro.

A confissão ocorre um mês depois de autoridades israelenses admitirem envolvimento de 19 carcereiros no espancamento brutal do prisioneiro palestino Thayer Abu Assab, que faleceu em 18 de novembro.

Desde 7 de outubro, quando Israel lançou sua ofensiva a Gaza, como retaliação a uma ação transfronteiriça do movimento Hamas, ao menos sete palestinos morreram nas cadeias da ocupação, incluindo um cidadão de Gaza ainda não-identificado.

Israel intensificou a repressão aos presos palestinos, julgados em cortes militares à parte dos colonos, sob um sistema judicial de apartheid. Além disso, Tel Aviv escalou sua campanha de prisões na Cisjordânia, dobrando, em certo ponto, a população carcerária palestina.

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Há atualmente mais de 7.800 palestinos nas cadeias israelenses, incluindo 2.870 presos em detenção administrativa, sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.

Cerca de 260 pessoas estão desaparecidas na rede carcerária de Israel, identificados apenas como “combatentes ilegais”, capturados em Gaza. Há provável subnotificação.

Em Gaza, os bombardeios de Israel destruíram 60% da infraestrutura civil, ao matar 24.448 pessoas e ferir 61.504 vítimas; na maioria, mulheres e crianças. Cerca de 85% da população local — mais de dois milhões de pessoas — permanece desabrigada.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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