MEMO anuncia vencedores do Palestine Book Awards em noite de solidariedade a Gaza

MEMO realiza Palestine Book Awards 2023

O MEMO em Londres realizou na noite de quinta-feira (18) o evento anual de premiação da 12ª edição do Palestine Book Awards (PBA), com enfoque na literatura palestina, ao prestar apoio e solidariedade especial aos 2.4 milhões de habitantes de Gaza, sob campanha genocida em curso conduzida pelo Estado de Israel.

O evento foi apresentado por Eugene Rogan, professor do Colégio St. Anthony da Universidade de Oxford, e realizado online para possibilitar a participação de autores da Cisjordânia ocupada, que sofrem com as restrições impostas pelas autoridades israelenses. Além disso, contou com a participação de Mosab Abu Toha, poeta e sobrevivente de Gaza.

Rogan abriu o evento com boas-vindas joviais, sucedido pelo anúncio dos vencedores por Nur Masalha, professor e pesquisador da história palestina.

O Prêmio de Literatura Criativa foi a Dareen Tatour por seu livro I Sing from the Window of Exile — em tradução livre, Eu canto da janela do exílio —, uma coletânea bilíngue de poesias sobre o sentimento de perda e deslocamento do povo palestino sob ocupação.

Ao aceitar o prêmio, Tatour destacou que seu intuito era levar às pessoas uma mensagem sobre “o que sentem os prisioneiros, o que sentem os palestinos, o que sentimos quando estamos no exílio ou quando somos refugiados, e como é esse sentimento de estar longe de sua terra”.

Ibrahim Muhawi foi premiado por melhor tradução por Among the Almond Trees: A Palestinian Memoir — Entre as amendoeiras: Uma memória palestina. A obra trata do tema de retorno, com base no retorno do poeta Hussein Barghouti à Palestina, após um exílio de 30 anos.

O prêmio de Literatura Acadêmica foi a Nadim Bawalsa, por seu livro Transnational Palestine: Migration and the Right of Return before 1948 Palestina transnacional: Migração e direito de retorno pré-1948 —, obra que mergulha na questão das raízes históricas da identidade nacional palestina, assim como sua resiliência e o direito consagrado de retorno dos refugiados.

“Espero que esse livro consiga empoderar comunidades em todo o mundo, não somente para que busquem justiça, seja nos fóruns legais internacionais, seja por meio de petições ou jornais, ou qualquer outro meio de ativismo a seu dispor, mas também para que se unam e entendam: a Palestina está em todo lugar”, declarou Bawalsa.

“A Palestina está nos Andes, a Palestina está na Amazônia, a Palestina está em toda parte nas Américas, na Europa e até nas Filipinas”, acrescentou a pesquisadora. “Estamos em toda parte, nossos documentos estão em toda parte, nossa luta por retorno é centenária; de fato, vai muito além de 75 anos”.

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A célebre ativista palestina Ahed Tamimi e a jornalista palestino-americana Dena Takruri foram vitoriosas na categoria de obras biográficas, por They Called Me a Lioness: A Palestinian Girl’s Fight for Freedom Me chamaram de leoa: A luta de uma menina palestina por libertação —, obra na qual Tamimi relata sua vida sob ocupação e sua subsequente resistência diária.

Ao receber o prêmio, Takruri lamentou que Tamimi foi novamente detida pelas forças ocupantes de Israel, logo após a publicação da obra, e que muitas pessoas citadas no livro, como o pai de Tamimi, continuam presas.

“A ocupação está fora de controle”, comentou a autora. “Israel avançou à próxima fase de sua psicose genocida, algo certamente alarmante para todos nós. Contudo, continuamos decididos, resistindo, na esperança de conquistar nossos sonhos por liberdade e justiça”.

O prêmio Contra a Corrente foi a Tahrir Hamdi, professora da Universidade Árabe Aberta, por Imagining Palestine: Cultures of Exile and National Identity — Imaginando a Palestina: Culturas do Exílio e Identidade Nacional —, obra na qual explora como escritores, pensadores, ativistas e intelectuais da diáspora palestina conectam suas memórias ao presente e futuro.

A jornalista e historiadora britânica Rosemary Sayigh foi celebrada pelo conjunto da obra, cujos temas orbitam em pesquisas de antropologia e das narrativas de deslocamento registradas por mulheres palestinas.

Autores e editoras — tanto no Reino Unido quanto no exterior — podem inscrever suas obras, sobre o tema da Palestina, em inglês, no Palestine Book Awards de 2024, no site da premiação, com calendário a ser divulgado nas próximas semanas.

Veja a seguir os vencedores da 12ª edição do Palestine Book Awards (PBA):

Liteatura Criativa — I Sing From the Window of Exile (Eu canto da janela do exílio), por Dareen Tatour.

Literatura Acadêmica — Transnational Palestine: Migration and the Right of Return Before 1948 (Palestina transnacional: Migração e direito de retorno pré-1948), por Nadim Bawalsa.

Tradução — Among the Almond Trees: A Palestinian Memoir (Entre as amendoeiras: Uma memória palestina), por Ibrahim Muhawi.

Memórias — They Called Me a Lioness: A Palestinian Girl’s Fight for Freedom (Me chamaram de leoa: A luta de uma menina palestina por libertação), por Ahed Tamimi e Dena Takruri.

Contra a Corrente — Imagining Palestine: Cultures of Exile and National Identity (Imaginando a Palestina: Culturas do Exílio e Identidade Nacional), por Tahrir Hamdi.

Conjunto da Obra — Rosemary Sayigh.

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