Nos últimos 108 dias, o exército israelense assassinou 11 mil crianças e 7.500 mulheres na Faixa de Gaza, reportou nesta segunda-feira (22) o gabinete de comunicação do governo estabelecido no território palestino, segundo informações da agência Anadolu.
Conforme as estimativas, outras sete mil pessoas — 70% das quais mulheres e crianças — ainda estão presas sob os escombros, desaparecidas e provavelmente mortas.
O número de corpos que chegou aos hospitais superou 25.900 vítimas, além de 63 mil feridos, desde 7 de outubro, quando Israel lançou sua implacável campanha militar em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados.
Israel insiste que 1.139 pessoas foram mortas na operação — no entanto, ao omitir detalhes e disseminar desinformação sobre supostas “atrocidades” desmentidas em campo. Desde então, todavia, o periódico israelense Haaretz confirmou “fogo amigo”, quando tanques e helicópteros receberam ordens para disparar aos colonatos.
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Em Gaza, os ataques israelenses destruíram completamente 70 mil casas e tornaram outras 290 mil inabitáveis. Dois milhões de pessoas — de uma população de 2.4 milhões de habitantes — foram expulsas de suas casas.
Colapso de saúde, perigo à vida
O setor de saúde não foi poupado, com 337 profissionais assassinados, além de 45 membros da defesa civil. Entre os jornalistas, são 119 vítimas nas mãos de Israel.
Forças israelenses detiveram 99 profissionais de saúde e dez jornalistas.
Ao apontar para as condições desumanas nos abrigos superlotados, o gabinete de comunicação do governo local reiterou a detecção de 400 mil casos de doenças infecciosas, além de mais de oito mil casos de hepatite A.
Cerca de 60 mil mulheres grávidas e 350 mil pacientes crônicos enfrentam risco de vida por falta de acesso aos cuidados médicos.
O exército ocupante destruiu 140 prédios públicos e 99 escolas e universidades. Estima-se ainda 295 escolas e universidade parcialmente danificadas.
Locais de culto também foram atacados pelas forças de Israel, com 253 mesquitas e três igrejas destruídas.
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Fora de Gaza, onze mil feridos demandam cuidados e dez mil pacientes com câncer enfrentam risco de vida pela falta de tratamento adequado no decorrer da guerra.
Foram alvejadas 150 instalações de saúde, deixando inoperantes 53 clínicas e 30 hospitais, além de 122 ambulâncias inutilizadas por disparos diretos.
Outro aspecto da crise é o memoricídio — isto é, ataques contra o patrimônio palestino. Cerca de 200 sítios históricos e culturais foram destruídos.
Israel lançou mais de 65 toneladas de explosivos em Gaza desde 7 de outubro.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.