O correspondente do MEMO na Cidade de Gaza, Motasem Dalloul, reportou mais um incidente de violação da lei humanitária internacional quando oito caminhões humanitários chegaram à região, na manhã de terça-feira (23). Palestinos carentes correram para buscar comida; contudo, foram recebidos com disparos desferidos pelas forças da ocupação.
“A ocupação israelense permitiu a entrada de oito caminhões de assistência humanitária, então deu cinco minutos para que as pessoas famintas coletassem os insumos”, reportou Dalloul. “Em seguida, abriu fogo. As pessoas foram forçadas a fugir”.
O norte de Gaza vive uma escassez catastrófica de insumos essenciais há quase três meses, sob uma campanha de destruição e extermínio promovida por Tel Aviv, que forçou dois milhões de pessoas a fugirem ao extremo sul do território palestino.
Palestinos que permaneceram no norte — seja por não ter para onde ir ou impossibilidade de realizar a jornada — são obrigados a caminhar longas distâncias para obter alimentos.
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Ainda ontem (22), o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) advertiu que Israel impediu o acesso de três em cada quatro missões humanitárias com destino ao norte de Gaza.
No começo de janeiro, a agência da ONU confirmou que as autoridades israelenses dobraram as restrições impostas às missões humanitárias em Gaza.
Israel mantém ataques implacáveis contra Gaza desde 7 de outubro, deixando 25 mil mortos, 60 mil feridos e dois milhões de desabrigados, além de 60% da infraestrutura destruída. A maioria das vítimas são mulheres e crianças.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.