Durante informe semanal à imprensa, realizado nesta terça-feira (23), o Ministério de Relações Exteriores do Catar advertiu contra o cerco e os ataques israelenses ao Hospital Nasser, na cidade de Khan Yunis, na região sul da Faixa de Gaza.
O local é uma das últimas instalações médicas ainda operantes no enclave sitiado.
Majed bin Mohammed al-Assari, porta-voz da chancelaria em Doha, reiterou: “Atacar médicos, pacientes, feridos, deslocados e clínicas … somente agravará o desastre humanitário em Gaza, pelo qual a ocupação israelense e seus apoiadores devem ser responsabilizados”.
Al-Ansari instou a comunidade internacional a pressionar Israel para instaurar “imediatamente corredores de segurança em Gaza”, ao observar que a situação na região norte “é muito pior do que no restante do território, sem assistência humanitária, tampouco hospitais”.
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Al-Ansari insistiu que “esforços de mediação comandados pelo Catar” estão em curso, a fim de arrematar o conflito.
Al-Ansari reforçou ainda a posição de seu país contra um novo deslocamento do povo palestino, no que descreveu como segunda Nakba — em árabe, “catástrofe” —, em referência à expulsão dos palestinos nativos, mediante limpeza étnica, em 1948.
O porta-voz explicou ainda que 60% da população de Gaza já era composta por refugiados antes do atual conflito, expulsos de outras regiões da Palestina ocupada, forçados agora a uma nova onda de deslocamento.
Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, deixando mais de 25 mil mortos, 60 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Cerca de 60% da infraestrutura civil de Gaza foi destruída. As vítimas são, em grande maioria, mulheres e crianças.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.