O Ministério de Relações Exteriores da Autoridade Palestina (AP) advertiu contra um novo plano israelense para armar colonos ilegais na Cisjordânia ocupada, ao reivindicar da Organização das Nações Unidas (ONU) e da comunidade internacional que aja para impedir sua implementação.
Segundo o jornal israelense Haaretz, o exército considera armar assentamentos ilegais com mísseis antitanque, ao antecipar uma ação de resistência similar à Operação Tempestade de Al-Aqsa, realizada pelo Hamas em 7 de outubro.
De acordo com a chancelaria em Ramallah, o plano equivale a “jogar gasolina em um incêndio, ao galvanizar a situação na Cisjordânia e mergulhá-la em um ciclo sem fim de violência”.
O ministério pediu à ONU e à comunidade internacional “que acompanhe de perto a formação de milícias coloniais e assuma as medidas necessárias sob a direito internacional para que o governo israelense as desmantele, desarme e deixe de protegê-las”.
A nota também acusou Israel de buscar repetir “a destruição, o genocídio e o deslocamento que incidiu a Gaza na Cisjordânia ocupada”.
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Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro. Números atualizados nesta quarta-feira (24) pelo Ministério da Saúde local apontam ao menos 25.700 mortos e 63.740 feridos. Dois milhões de pessoas foram desabrigadas, com 60% da infraestrutura civil destruída.
Na Cisjordânia ocupada, autoridades israelenses intensificaram campanhas de prisão, incursão militar e pogroms a cidades e aldeias. Ao menos 371 palestinos foram mortos no período, além de 4.250 feridos.
Estima-se ainda mais de 6.200 palestinos presos arbitrariamente, dobrando, em certo ponto, a população carcerária palestina. O índice exclui indivíduos abduzidos em Gaza, desaparecidos na rede prisional de Israel, sob risco de tortura e outras violações.
A maioria dos presos permanece em custódia sob detenção administrativa, sem julgamento ou sequer acusação — reféns, por definição.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.