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Enchentes de setembro na Líbia demandam US$1.8 bilhão para recuperação

Devastação causada pelas enchentes em Derna, na Líbia, em 18 de setembro de 2023 [Halil Fidan/Agência Anadolu]

As enchentes letais que varreram a Líbia em setembro de 2023 incorreram em uma catástrofe climática, ambiental e humanitária no país, exigindo US$1.8 bilhão para fundos de reconstrução e recuperação, segundo um novo relatório do Banco Mundial, emitido em parceria com a União Europeia e a Organização das Nações Unidas (ONU).

As informações são da agência de notícias Reuters.

Grande parte da cidade de Derna foi destruída, quando a chamada Tempestade Daniel causou o rompimento de duas barragens, varrendo distritos inteiros ao Mar Mediterrâneo.

Conforme estimativas do Escritórios das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA), o desastre impactou 1.5 milhão de pessoas — ou 22% da população da Líbia. Dos oito mil mortos, estima-se que 4.352 continuem desaparecidos.

A Líbia permanece dividida entre dois governos rivais desde 2014, um no leste e outro no oeste do país, apesar de um cessar-fogo firmado em 2020. A fratura institucional dificultou a resposta ao desastre.

Segundo o relatório, o colapso das barragens se deu em parte devido a sua estrutura, embasada em informações hidrológicas defasadas, além de baixa manutenção e problemas de governança durante a guerra civil.

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O crescimento demográfico a jusante, restrições de meteorologia e sistemas de alerta precários, que garantissem a evacuação, agravaram o desastre.

As mudanças climáticas tornaram a tempestade 50 vezes mais provável e 50% mais intensa, de acordo com a pesquisa.

Danos e perdas materiais em Derna e cidades próximas chegam a US$1.65 bilhão — ou 3.6% do produto interno bruto (PIB) do país rico em petróleo.

Mais de 18.500 casas foram destruídas ou danificadas pelas inundações, equivalente a 7% das unidades habitacionais no país, deslocando, a princípio, quase 44.800 pessoas, incluindo 16 mil crianças, segundo o relatório.

Outro “desafio aos processos de recuperação” é a falta de “responsabilidade e capacidade” das instituições, com baixíssima coordenação entre as gestões opostas, para “canalizar, administrar, distribuir e monitorar” os recursos de reconstrução e recuperação.

Apesar dos apelos das Nações Unidas para que as facções líbias ignorem suas divergências para formular uma resposta coordenada para a crise, não há sinais nesse sentido.

Esforços para solucionar o longo conflito na Líbia via eleições não avançaram, sob um impasse persistente em torno das regras de votação e do controle do governo interino.

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