Segundo informações divulgadas no domingo (28), o Egito afirmou aos grupos palestinos em Gaza rejeitar firmemente planos israelenses para invadir a cidade fronteiriça de Rafah, a fim de não permitir os avanços.
Conforme relatos, as autoridades egípcias reiteraram que “qualquer ataque à fronteira entre Egito e Palestina é um ataque a nossa segurança nacional”.
Segundo a rede Al-Mayadeen, “facções da resistência palestina saudaram a decisão egípcia, ao considerá-la uma salvaguarda das fronteiras e da soberania e reiterar que o país é contra o esquema de deslocamento” dos palestinos de Gaza.
Há alguns dias, Diaa Rashwan, chefe do Serviço de Informação do Estado do Egito (SIS), disse que os esforços israelenses para controlar o chamado Corredor Philadelphi, que corta Gaza junto à fronteira, devem ameaçar as relações entre Cairo e Tel Aviv.
“Vimos recentemente numerosas declarações de oficiais israelenses, em particular, o premiê Benjamin Netanyahu, junto a alegações e acusações falsas, sobre o suposto contrabando de armas, explosivos, munição e outros itens a Gaza via território egípcio”, comentou Rashwan, no website oficial de sua agência.
“A persistência israelense em promover tais inverdades busca justificar a tomada de controle do Corredor Philadelphi, ou Eixo Salah Al-Din, na fronteira entre Gaza e Egito”, acrescentou. “Ações como essa constituem violação dos acordos e protocolos de segurança previamente assinados junto ao Egito”.
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Conforme reportagem da agência Reuters, três fontes de segurança do Egito expressaram a rejeição de seu país à “proposta de amplificar a supervisão israelense sobre a zona neutra na área de fronteira”.
Segundo os relatos, o Cairo “dá prioridade a seus esforços para mediar um cessar-fogo, antes de trabalhar nos arranjos pós-guerra”.
O Corredor Philadelphi corre paralelamente à fronteira entre Egito e Gaza, por 14 km, desde o Mar Mediterrâneo, no lado oeste, à travessia de Karam Abu Salem, a leste. A travessia por terra de Rafah foi estabelecida em sua extensão e é o principal, senão único contato entre os palestinos de Gaza e o mundo exterior.
O acordo concernente ao Corredor Philadelphi foi assinado por Egito e Israel em 2005, como parte da retirada israelense de Gaza, na forma de um apêndice aos Acordos de Camp David, que normalizaram relações entre os países.
O lado palestino do Corredor Philadelphi foi cedido à Autoridade Palestina, no entanto, sem presença em Gaza devido ao cerco israelense.
O Egito, desde então, mantém um contingente militar restrito na região, a fim de “prevenir atos de infiltração e contrabando”.
Desde 2014, o governo de Abdel Fattah el-Sisi conduz escavações na área, sob ordens de Tel Aviv, a fim de conter “túneis subterrâneos” no Corredor Philadelphi.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 26 mil mortos e 65 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
A campanha israelense empregou um direcionamento norte-sul, ao deslocar os palestinos a uma área cada vez menor do enclave costeiro, com o propósito declarado de expulsá-los ao deserto do Sinai, medida rechaçada pelo lado egípcio.
As ações israelenses equivalem a transferência compulsória, limpeza étnica, crime de guerra e genocídio.