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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Economia de Gaza deve levar décadas para se recuperar, alerta ONU

Destruição causada pelos bombardeios israelenses na região de al-Zahra, na Cidade de Gaza, em 25 de novembro de 2023 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

A recuperação da economia de Gaza aos níveis precedentes ao genocídio israelense, ainda em curso, deve ser concluída apenas nos últimos anos do século XXI, caso não haja um cessar-fogo imediato, alertou a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento em relatório publicado nesta quarta-feira (31), segundo informações da agência Reuters.

Conforme o fórum, o conflito causou contração de 24% no produto interno bruto (PIB) de Gaza, além de 26.1% do PIB per capita sobre o ano base de 2023.

O estudo apontou que, com base nas tendências de crescimento entre 2007 e 2022, com média anual de somente 0.4%, caso as operações militares cessassem e a reconstrução começasse de imediato, Gaza só reaverá seu PIB pré-guerra no ano de 2092.

No melhor cenário, com crescimento anual de 10%, Gaza levaria até 2035 para chegar aos níveis de 2006, antes de Israel impor seu cerco militar por ar, mar e terra ao enclave costeiro.

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Rami Allazeh, economista da agência para os territórios palestinos ocupados, reiterou que Gaza “já não era, de modo algum, um bom lugar para viver”.

“Penso que a principal conclusão desse relatório é que o nível de destruição que vivenciamos é sem precedentes”, explicou Allazeh. “Será preciso enorme esforço da comunidade internacional para reconstruir e recuperar Gaza”.

“Dada a escala de destruição e a intensidade dos danos … e o fato de que a operação continua, os valores requeridos para a recuperação de Gaza serão várias vezes maiores do que os US$3.9 bilhões exigidos após a campanha de 2014”, detalhou Allazeh.

A economia de Gaza já estava em frangalhos antes de 7 de outubro, devido ao cerco israelense, com contração de 4.5% nos três primeiros trimestres de 2023.

Dois terços da população viviam em situação de pobreza e 45% da população adulta estava sem emprego. Entre outubro e dezembro, o desemprego decolou a 79.3% da população.

“Não imagino que a comunidade internacional ou o povo de Gaza possam arcar com décadas e mais décadas de catástrofe humanitária”, destacou Allazeh. “Gaza precisa ser parte da pauta de desenvolvimento, em vez de ser tratada apenas como caso de assistência.”

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Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. São 26 mil palestinos mortos e 65 mil feridos em 110 dias, além de dois milhões de desabrigados.

A população de Gaza — 2.4 milhões de habitantes — vive um cerco redobrado, sem luz, água e comida. Cerca de 60% da infraestrutura civil foi destruída, incluindo hospitais, escolas, padarias, abrigos e centros de distribuição assistencial.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

 

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