O exército dos Estados Unidos reivindicou ataques ao Iêmen, ao supostamente abater diversos drones pertencentes ao movimento houthi que governa o país.
Estados Unidos e Grã-Bretanha bombardearam o território iemenita em 11 e 12 de janeiro, em retaliação a um embargo naval do grupo houthi contra barcos ligados a Israel no Mar Vermelho, em solidariedade ao povo palestino de Gaza, sob genocídio ainda em curso.
Conforme comunicado do Comando Central americano (Centcom), forças americanas alvejaram “uma estação de controle de drones houthis ligada ao Irã, além de dez drones unidirecionais”, descritos como “ameaça iminente a navios mercantes e forças da Marinha na região”.
A nota insiste que a ação tem como intuito “proteger a navegação e tornar águas internacionais mais seguras tanto a navios mercantes quanto forças da Marinha dos Estados Unidos”.
Os ataques, no entanto, violam os direitos territoriais do Iêmen.
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Previamente, o Pentágono alegou que sua embarcação USS Carney abateu um míssil disparado do Golfo de Aden, além de três “drones iranianos”.
Nesta quarta-feira (31), o porta-voz do exército iemenita, brigadeiro-general Yahya Saree, disse à televisão que suas tropas atacaram um navio de guerra americano, o USS Greeley, na região do Mar Vermelho, ao reiterar que embarcações armadas nas águas territoriais do Iêmen são alvos legítimos.
Saree observou ainda que “um navio comercial americano foi alvejado com mísseis apropriados quando estava a caminho dos portos da Palestina ocupada”.
“Em luz do direito legítimo de defesa de nosso país, ao enfatizar o apoio do Iêmen à Palestina, navios americanos e britânicos serão alvejados”, destacou Saree, ao prometer manter as ações.
Mohammad Ali al-Houthi, membro do Supremo Conselho Político do Iêmen, sediado em Sanaa, observou que ameaças e agressões de Washington ao país árabe não impedirão a solidariedade ao povo palestino.
Conforme al-Houthi, todos os “esforços ou desvarios” dos Estados Unidos contra o Iêmen estão fadados ao fracasso, de modo que o povo iemenita “não será dissuadido de seu apoio a Gaza”.
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Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 27 mil mortos e 65 mil feridos — na maioria, mulheres e crianças. Cerca de 60% da infraestrutura civil foi destruída, deixando dois milhões de desabrigados.
O governo de Joe Biden insiste em manter apoio “incondicional” a Israel, apesar de recordes de rejeição em casa às vésperas de sua campanha à reeleição. A escalada americana — incluindo a retórica beligerante da Casa Branca contra Teerã — incitou receios de propagação da guerra.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.