Israel ataca sistematicamente profissionais de imprensa para “obscurecer a verdade sobre seus crimes e impedir que estes cheguem ao mundo”, destacou em comunicado a Organização Árabe para Direitos Humanos no Reino Unido (AOHR-UK), nesta quarta-feira (31).
Conforme a nota, as violações deliberadas contra trabalhadores e suas famílias na Cisjordânia e Gaza resultaram no “maior número de jornalistas assassinados em qualquer período da história moderna”.
“O principal objetivo é conseguir exterminar por completo os palestinos sem que suas práticas horríveis sejam documentadas”, acrescentou o alerta.
Ao menos 122 jornalistas palestinos foram mortos por Israel em Gaza, em uma janela de apenas 120 dias. O número excede consideravelmente a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), com 69 vítimas, e a Guerra do Vietnã (1955-1975), com 63 vítimas, entre outros conflitos.
“Os recentes ataques de Israel a jornalistas não se restringiram a Gaza, mas incluiu a Cisjordânia e mesmo o sul do Líbano”, reiterou a organização.
A denúncia observa que as vítimas estavam a serviço — “vestindo capacetes, roupas e crachás para identificá-los”. Muitos repórteres receberam “claras ameaças” da ocupação antes de serem assassinados, prosseguiu a nota.
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Instituições de mídia foram também alvejadas pelos bombardeios a Gaza, incluindo o jornal Al-Ayyam, a Rádio Gaza, as agências palestinas Shehab e Ma’an, a emissora de televisão Al-Arabi e mesmo escritórios e redações de empresas estrangeiras.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 27 mil mortos e 65 mil feridos — na maioria, mulheres e crianças. Cerca de 60% da infraestrutura civil foi destruída, deixando dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são crime de guerra e lesa-humanidade.