“Israel está recusando a entrada de um volume considerável de assistência humanitária a Gaza por razões pouco claras”, advertiu nesta quarta-feira (31) Martin Griffiths, subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, em coletiva de imprensa.
“Continuamos a enfrentar frequente negativa ao acesso de itens essenciais a Gaza por parte de Israel, por razões pouco claras, incoerentes e, muitas vezes, nada específicas”, reiterou Griffiths. “Também precisamos ter acesso a civis de todo o território, mas, no momento, nosso acesso a Khan Younis, à região central e ao norte de Gaza é praticamente inexistente”.
“A capacidade da comunidade humanitária de chegar ao povo de Gaza com assistência continua grosseiramente imprópria”, acrescentou. “E isso não se deve a falta de tentativa”.
Griffiths enfatizou o direito de retorno de todos os palestinos deslocados pelos bombardeios de Israel a suas casas e terras, incluindo no norte de Gaza, conforme as determinações da lei internacional.
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A obstrução israelense ao acesso humanitário se intensificou em retaliação a uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, deferida na sexta-feira (26), para que o regime ocupante impeça atos de genocídio e permita maior assistência aos refugiados.
A ocupação deve emitir um relatório sobre a matéria a Haia dentro de um mês; todavia, parece não acatar as medidas cautelares até então.
Israel mantém ataques indiscriminados a Gaza desde 7 de outubro, deixando 27 mil mortos e 65 mil feridos — na maioria, mulheres e crianças. Cerca de 60% da infraestrutura civil foi destruída, deixando dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são crime de guerra e lesa-humanidade.