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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Deputado norueguês indica UNRWA ao Prêmio Nobel da Paz

Famílias palestinas se refugiam em tendas da UNRWA, em meio aos bombardeios de Israel, em Rafah, no extremo sul de Gaza, em 13 de dezembro de 2023 [Abed Zagout/Agência Anadolu]

Asmund Aukrust, deputado trabalhista da Noruega, anunciou nesta quinta-feira (1°) ter indicado a Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) ao Prêmio Nobel da Paz, como resposta a uma nova campanha de difamação israelense para desmantelar a entidade humanitária.

Na última sexta-feira (26), Israel acusou 12 funcionários da UNRWA — entre um contingente de 30 mil pessoas — de participar dos ataques do Hamas em 7 de outubro; contudo, sem detalhes ou provas.

Não obstante, vários países — encabeçados pelo governo dos Estados Unidos do presidente Joe Biden, incluindo Grã-Bretanha, Alemanha, França, Suécia, Canadá, Japão, Austrália — decidiram cortar doações à agência, que presta serviços essenciais não apenas em Gaza, como Cisjordânia ocupada, Síria, Jordânia e Líbano.

Noruega, Irlanda, Escócia e outros rejeitaram a medida, ao manter as doações.

A campanha israelense contra órgãos internacionais é retaliação a um veredito emitido também na sexta-feira pelo Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), que acatou como “plausível” a queixa sul-africana de que a ocupação comete genocídio em Gaza.

LEIA: O que é a UNRWA e por que Israel está tentando fechá-la?

A corte ordenou Tel Aviv a permitir o acesso humanitário a Gaza, além de produzir um relatório neste sentido a ser encaminhado a Haia dentro de um mês.

Aukrust afirmou ao jornal Dagbladet ter nomeado à UNRWA à premiação por seu “longevo trabalho em fornecer apoio vital à Palestina e à região como um todo”.

O parlamentar eleito, vice-presidente do Comitê de Assuntos Internacionais, reafirmou: “Este trabalho é crucial há mais de 70 anos, mais do que nunca nos últimos três meses”.

Nesta quinta, a agência alertou que pode ter de suspender atividades “até o fim de fevereiro”, caso os países doadores não retomem as remessas.

A nomeação ao Nobel da Paz não equivale a um reconhecimento formal do comitê responsável, que recebe centenas de sugestões todos os anos.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 26.900 mortos e 65.949 feridos — em grande maioria mulheres e crianças. Mais de 85% da população de Gaza — dois milhões de pessoas — foi deslocada à força. Há indícios de fome generalizada.

Escolas, hospitais, abrigos e mesmo rotas de fuga não foram poupados pelos bombardeios.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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