O Iraque advertiu que o Oriente Médio está à “beira do abismo”, após uma série de ataques dos Estados Unidos ao país árabe, contra supostos grupos pró-Teerã, na sexta-feira (2), em resposta à morte de três soldados americanos em uma base na Jordânia na semana anterior.
Autoridades em Washington ordenaram uma bombardeios durante a madrugada a 85 alvos no Iraque e na Síria, deixando 16 mortos e 25 feridos, incluindo civis.
Ao desmentir alegações americanas de que as operações foram coordenadas com seu governo, primeiro-ministro Mohammed Shia al-Sudani descreveu os ataques como uma “nova agressão à soberania do Iraque”.
Al-Sudani reiterou que a presença continuada da coalizão americana na região se tornou “fonte de ameaça à segurança e estabilidade no Iraque e justificativa para envolver o país em conflitos regionais e internacionais”.
Uma fonte anônima de seu gabinete advertiu à imprensa britânica: “Essa agressão põe o Iraque e toda a região à beira do abismo e contradiz esforços para firmar a estabilidade requerida”.
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“O Iraque reitera sua recusa em deixar que suas terras sejam arena para um acerto de contas e todas as partes devem compreender isso”, prosseguiu a fonte. “Nossas terras soberanas não são o lugar apropriado para emitir mensagem e demonstrar força entre oponentes”.
Tensões no Iraque escalaram desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, em outubro, com disparos a bases da ocupação americana no país.
A Casa Branca culpa o Irã; no entanto, sem apresentar detalhes de suas alegações. O presidente Joe Biden adotou um tom beligerante, ao prometer retaliar “no momento e na forma de nossa escolha”.
Há receios de propagação da guerra.
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