Israel está utilizando uma rota por terra para a importação de bens através de países do Golfo, em particular, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e Jordânia, a fim de contornar o embargo imposto pelo grupo iemenita houthi no Mar Vermelho.
Desde a deflagração do genocídio israelense em Gaza, em 7 de outubro, rebeldes houthis — que governam o Iêmen — lançaram numerosas ações para interceptar navios ligados a Israel no Mar Vermelho, afetando consideravelmente o comércio global.
Estados Unidos e Grã-Bretanha, em defesa de Israel e do uso comercial das águas iemenitas, lançaram, por sua vez, ataques aéreos à capital Sanaa.
Muitas corporações cancelaram suas remessas via Mar Vermelho, ao adotar a rota mais extensa e onerosa do Cabo da Boa Esperança.
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Em dezembro, relatos surgiram de que Tel Aviv planejava estabelecer uma rota por terra desde o leste da Península Arábica até o território ocupado, a fim de poupar tempo e dinheiro e conter a crise econômica em meio a medidas de austeridade a favor da guerra.
O governo jordaniano chegou a negar as informações.
Nesta semana, entretanto, uma reportagem do Canal 13, da televisão israelense, confirmou que navios seguiram caminho ao Golfo Pérsico, para aportar em Dubai, atravessar Arábia Saudita e Jordânia e enfim chegar a Israel.
De acordo com os relatos, duas empresas conduzem as operações: a emiradense Puretras FZCO e a israelense Trucknet. As cargas incluem alimentos, plásticos, químicos e eletrônicos e excluem qualquer contrapartida ou assistência humanitária a Gaza.
Segundo o Canal 13, trata-se de um teste à nova rota, mas Tel Aviv guarda esperanças de maior cooperação dos regimes árabes apesar do genocídio ainda em curso em Gaza.
Em janeiro, a ministra dos Transportes de Israel, Miri Regev, corroborou planos para desenvolver a nova rota, ao afirmar no Twitter (X): “O transporte por terra de bens encurtará o tempo em 12 horas. Será bem-sucedida”.
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