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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Wael al-Dahdouh, jornalista premiado de Gaza, perde sua mãe

Wael al-Dahdouh, jornalista premiado de Gaza, perde sua mãe [Reprodução]

Wael al-Dahdouh, editor-chefe da rede Al Jazeera em Gaza, perdeu sua mãe neste domingo (4), somando-se a sua tragédia pessoal desde 7 de outubro.

Al-Dahdouh (53) tornou-se símbolo dos jornalistas palestinos a serviço em Gaza, ao manter sua cobertura intensiva apesar da perda de sucessivos parentes para os bombardeios de Israel.

O repórter deixou o território palestino em meados de janeiro para passar por uma cirurgia em Doha, capital do Catar. Quatro de seus filhos o esperavam no país.

Al-Dahdouh perdeu a esposa, dois filhos e um neto para um ataque de Israel contra o campo de refugiados Nuseirat, em outubro. Em 7 de janeiro, outro bombardeio matou seu primogênito, Hamza al-Dahdouh, também jornalista da Al Jazeera, junto do repórter freelancer Mustafa Thuraya.

No dia seguinte, dois outros familiares foram mortos.

O próprio al-Dahdouh foi gravemente ferido no braço por um drone israelense, que resultou na morte de seu cinegrafista Samer Abudaqa.

Na sexta-feira (2), a Academia de Imprensa de Kerala, na Índia, laureou al-Dahdou com o Prêmio Pessoa do Ano, em reconhecimento a sua cobertura excepcional em situação adversa.

“Face da coragem”

Em comunicado, a instituição de ensino descreveu al-Dahdouh como a “face global da coragem jornalística, ao manter seu trabalho apesar de duras perdas impostas a sua família”.

Anil Bhaskar, secretário da instituição, destacou à rede Arab News que al-Dahdouh foi laureado por sua cobertura destemida que permitiu a todo o mundo ter acesso ao “verdadeiro retrato da catástrofe” em Gaza.

ASSISTA: Wael al-Dahdouh se despede de seu filho, morto em Gaza

“Seu compromisso e sua bravura são um exemplo a outros jornalistas, não somente na Índia ou em seu país, mas em todo o mundo”, acrescentou.

O Comitê de Proteção aos Jornalistas (CPJ) alertou em janeiro que os assassinatos de repórteres em Gaza ocorrem em um ritmo inédito na história moderna e que há “um aparente padrão do exército israelense em alvejar jornalistas e suas famílias”.

“Lutando para sobreviver”

Neste mesmo contexto, Ayman Nobani, reportando de Nablus na Cisjordânia ocupada, reiterou que os jornalistas palestinos estão “lutando para sobreviver”.

Segundo seu relato, o Sindicato dos Jornalistas Palestinos reiterou que os profissionais de Gaza vivem risco sem precedentes ao serem alvejados deliberadamente por Israel.

“Hoje, o maior desafio hoje é a sobrevivência dos jornalistas diante dos bombardeios, da morte de seus familiares, da destruição de seus bairros e da matança de seus colegas”, comentou à Al Jazeera Shorouk al-Assad, membro do secretariado-geral da entidade da categoria.

Segundo seu relato, ao menos 73 redações foram bombardeadas em menos de quatro meses e não há mais estações de rádio operantes devido a ataques diretos, blecautes ou deslocamento das equipes.

Apenas 40 jornalistas continuam cobrindo a situação catastrófica no norte de Gaza, sitiados por tropas israelenses, sem acesso a comida ou assistência humanitária. Ao menos 70 trabalhadores perderam parentes próximos.

LEIA: Assassinatos e restrições a jornalistas revelam o que Israel quer esconder

Três jornalistas foram mortos por ataques israelenses no Líbano.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando mais de 27.365 mil mortos e quase 70 mil feridos. Entre os mortos, estão 122 profissionais de imprensa.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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