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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Cães desabrigados de Gaza caçam bezerros nos colonatos de Israel

Cachorro caminha entre blindados israelenses no envelope de Gaza, em 19 de janeiro de 2009 [David Silverman/Getty Images]

Cães desabrigados pelos bombardeios a Gaza estão atacando rebanhos nos colonatos ao redor do território costeiro, à medida que a ofensiva israelense deflagrou uma crise de fome que não poupou humanos ou animais.

Segundo reportagem do jornal Yedioth Ahronoth, publicada nesta segunda-feira (5), as ameaças impostas aos colonos do chamado envelope de Gaza não vêm do Hamas, mas sim de cachorros “transformados pela guerra em animais selvagens [que] recentemente atacaram ao menos seis bezerros”, no kibutz Nahal Oz.

A lei em Israel proíbe abater animais de rua. O jornal israelense citou um oficial do colonato que disse — “com pesar” — que “matar árabes é permitido, mas matar cachorros é proibido”.

Os oficiais do kibutz decidiram então instalar “estações de alimentação” aos cães, para capturá-los e entregá-los a veterinários e autoridades sanitárias.

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Nahal Oz — um dos assentamentos atingidos pela ação do Hamas de 7 de outubro — abriga 400 vacas leiteiras. A subsequente campanha de guerra, através da fronteira, traumatizou alguns dos animais, que pararam de dar leite.

Um instituto de produção pecuária aberto em junho também foi afetado, incluindo um depósito cravado de balas. Conforme o Yedioth Ahronoth, o kibutz perdeu cerca de 1.5 milhão de shekels (US$400 mil) em produção de leite desde outubro.

Israel mantém ataques a Gaza há 120 dias, em retaliação a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. Autoridades israelenses afirmam que cerca de 1.200 pessoas foram mortas em 7 de outubro. Reportagens investigativas, contudo, demonstram “fogo amigo” contra colonos, suas casas e fazendas.

Em Gaza, são 26 mil mortos e 65 mil feridos, além de dois milhões de pessoas desabrigadas sob fome generalizada, à medida que Israel mantém um cerco absoluto ao enclave palestino — sem comida, água, luz, medicamentos ou combustível.

Ao justificar suas ações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, chegou a descrever os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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