A organização Repórteres Sem Fronteiras (RSF) condenou o que descreveu como “a erradicação do jornalismo e do direito à informação em Gaza pelo exército de Israel”, reportou a agência de notícias Anadolu.
Em nota emitida nesta quarta-feira (7), a ong lamentou os “jornalistas palestinos mortos, feridos ou impedidos de trabalhar, sem qualquer possibilidade de salvo-conduto”. Todavia, reivindicou das organizações internacionais que aumentem a pressão a Israel para “cessar imediatamente a carnificina”.
“Jornalistas estão sendo dizimados à medida que passam os dias dessa guerra interminável, por meio dos incessantes ataques israelenses desde o norte até o sul de Gaza”, destacou o alerta, ao reiterar que sobreviventes, após quatro meses de ofensiva, vivem um “inferno diário”, sob grave escassez de insumos que vão desde equipamentos a alimentação.
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A ong confirmou registrar duas queixas junto ao Tribunal Penal Internacional (TPI), radicado em Haia, além de sucessivos apelos a Estados e instituições internacionais, incluindo o Conselho de Segurança das Nações Unidas, para “exercer imediatamente a Resolução 2222 de 2015, sobre a proteção dos jornalistas”.
O grupo mencionou a situação em Rafah, no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito, área previamente designada por Israel como “zona segura”, para onde a maior parte dos deslocados migraram sob intensos bombardeios.
Tel Aviv anunciou planos para invadir a região, de modo a corroborar, ao que parece, a intenção de expulsar os 2.4 milhões de palestinos de Gaza ao Sinai, através da fronteira. O lado egípcio da travessia, no entanto, permanece fechado.
Ao mencionar dados do Sindicato dos Jornalistas Palestinos (SJP), o comunicado reiterou que 50 escritórios da imprensa internacional no território foram “total ou parcialmente” destruídos por Israel desde 7 de outubro, “além de um chocante índice de mortes”.
Na quinta-feira, outro jornalista palestino foi morto por um bombardeio israelense no território costeiro, elevando o número de vítimas na categoria a 124 mortos.
Israel lançou sua ofensiva a Gaza em 7 de outubro, deixando 27.708 mortos e 67.174 feridos até então. Cerca de 85% da população foi deslocada à força e 60% da infraestrutura civil do enclave foi destruída, conforme dados das Nações Unidas.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.