O ex-primeiro-ministro de Israel, Ehud Barak, disse ao Canal 12 da televisão local que Benjamin Netanyahu, atual premiê, é “incapaz de tomar decisões” no que diz respeito à Faixa de Gaza, de modo que seu fracasso em chegar a um acordo para libertar os prisioneiros de guerra mantidos pelo Hamas é uma “vergonha” ao Estado sionista.
Em sua peça de opinião à emissora israelense, divulgada nesta quinta-feira (8), Barak reivindicou a convocação de eleições antecipadas para substituir Netanyahu.
Segundo Barak, apesar dos vitupérios do premiê a seu eleitorado extremista, a realidade é clara: seus métodos são incapazes de conquistar uma “vitória absoluta” contra o grupo Hamas.
Israel, continuou o ex-chefe de governo, sofre atualmente de uma falta de liderança política, de modo a procrastinar decisões vitais, em meio a uma atmosfera obscura e comunicação ambígua com os Estados Unidos e outros países.
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Para Barak, todavia, Israel deve sim reaver os reféns de Gaza, desmantelar o Hamas e coordenar ações com os Estados Unidos, ao manter o fornecimento de armamentos e o veto no Conselho de Segurança das Nações Unidas; contudo, sem arrastar a região a um conflito aberto, a fim de proteger interesses estratégicos do pós-guerra.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. Desde então, foram mortos 27.947 palestinos, além de 67.459 feridos e dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.