O ministro de Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, líder colonial notório por posições supremacistas, instou seu exército a atirar contra crianças e mulheres durante sua invasão ilegal à Faixa de Gaza sitiada.
O comentário inflamatório do ministro de extrema-direita se deu durante uma altercação com o general Herzi Halevi, chefe de Estado-maior das Forças Armadas.
Halevi insistiu que as ordens de disparo na zona de fronteira seriam alteradas dia a dia, segundo “instruções em campo dos comandantes”.
Ben-Gvir, no entanto, considerou seu posicionamento insuficiente, ao alegar: “Sabemos como o inimigo opera. Vão nos testar, vão mandar mulheres e crianças, que no fim são sabotadores”.
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Halevi respondeu ao admitir incidentes de fogo amigo: “Os soldados sabem das complexidades, mas se não coordenarmos as ordens veremos eventos difíceis, como oficiais atirando uns contra os outros”.
Ben-Gvir insistiu: “Não pode haver situação alguma em que crianças e mulheres se aproximem do muro. Quem quer que se aproxime, o faz para atacar nossa segurança e devemos recebê-los com balas. Caso contrário, veremos outro 7 de outubro”.
Em 7 de outubro, militantes do Hamas conduziram uma operação surpresa através da fronteira que capturou colonos e soldados. Israel retaliou com o genocídio a Gaza, deixando mais de 28 mil mortos e 68 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
As ameaças de Ben-Gvir não são exceção no establishment político israelense, incluindo figuras consideradas centristas, como o presidente Isaac Herzog que declarou previamente que “não há inocentes em Gaza”.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.