Yair Netanyahu, filho do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, de 32 anos, buscou abrigo em um apartamento de luxo em um arranha-céu na Flórida para fugir do recrutamento militar obrigatório em meio à campanha da ocupação em Gaza.
As informações foram divulgadas pelo tabloide britânico Daily Mail, que obteve fotos de Yair em um apartamento cujo aluguel é estimado em US$5 mil por mês, com escolta pessoal de agentes israelenses.
Segundo a lei de seu país, Yair é obrigado a servir às Forças Armadas, como reservista até os 40 anos. No entanto, exilou-se em Miami, no balneário conhecido como Hallandale Beach.
“Seu pai convocou um recorde de reservistas para travar sua guerra brutal contra o [movimento palestino] Hamas e expurgar Gaza de terroristas que odeiam os judeus [sic]”, afirmou o tabloide britânico, ao aderir a uma retórica colonial racista, que busca generalizar e desumanizar os palestinos de Gaza como “terroristas” e “antissemitas”.
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“Contudo, o primogênito do premiê Benjamin Netanyahu parece não ter pressa de se juntar às fileiras, à medida que foi visto à toa em um condomínio luxuoso no estado da Flórida”, insistiu a reportagem.
À reportagem, reiterou Uri Misgav, repórter do jornal israelense Haaretz e longevo opositor de Benjamin Netanyahu: “[Yair] gosta da guerra, mas apenas via redes sociais. Trata-se de um filho preguiçoso fazendo festa em Miami enquanto seu pai pede a cidadãos comuns que sacrifiquem sua vida e a de seus filhos”.
Reservistas que deixaram estudos, trabalho e férias nos Estados Unidos para colaborar com os massacres em Gaza também criticaram o herdeiro de Netanyahu. “É uma vergonha, uma figura pública que está c*gando e andando”, disse um deles.
Yair Netanyahu passou a maior parte do último ano nos Estados Unidos, à espera de um visto de residência antes de se deflagrar a Operação Tempestade de Al-Aqsa, em outubro.
Segundo fontes, Yair está sob escolta 24 horas por dia, por ao menos dois agentes do Shin Bet, o serviço de inteligência doméstica de Israel. “Eles o acompanham à academia, à piscina, e onde quer que ele vá, há ostentação”, concluiu a reportagem.
Estima-se ainda 569 soldados israelenses mortos desde 7 de outubro, incluindo 232 desde o início da invasão por terra, vinte dias depois.
Os índices confirmam a desproporcionalidade da guerra a Gaza, com 28.663 palestinos mortos e 68.395 feridos até então — na grande maioria, mulheres e crianças —, além de dois milhões de desabrigados e cerca de 70% da infraestrutura civil destruída ou danificada.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.