A Índia enviou os chamados drones “assassinos” para Israel para ajudá-lo em sua ofensiva contra a Faixa de Gaza sitiada, na mais recente manifestação de apoio do governo indiano ao regime ocupante.
Segundo informações do canal de notícias TV9 Hindi, divulgadas na última semana, Nova Deli entregou diversos drones militares Hermes 900 ao exército israelense, para atender às “demandas da guerra Israel-Hamas [sic]”.
Fabricados na cidade de Hyderabad, no centro-sul da Índia, drones Hermes 900 supostamente podem permanecer no ar por mais de 30 horas, classificados, portanto, como veículos aéreos não-tripulados (VANTs) de longa resistência e médio alcance.
Trata-se de um dos quatro tipos de drones de alta letalidade ou “assassinos” empregues por Tel Aviv em diversas operações, desde os bombardeios a Gaza em 2014, além de missões de reconhecimento, repressão e vigilância.
Os drones são produto de um empreendimento conjunto entre a empresa indiana Adani Defence & Aerospace e a fabricante israelense Elbit Systems.
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Nenhum dos governos formalizou publicamente o envio; todavia, uma fonte da corporação indiana confirmou os trâmites de exportação.
A remessa coincide com uma escalada nos bombardeios israelenses à cidade de Rafah, no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito — último refúgio de aproximadamente 1,5 milhão de palestinos deslocados pela varredura norte-sul perpetrada pelas forças coloniais.
Rafah foi designada “zona segura” pelo próprio exército da ocupação israelense, à medida que os refugiados eram empurrados à cidade de originalmente 300 mil habitantes. No fim de semana, entretanto, Israel confirmou planos de uma invasão por terra, em uma aparente ofensiva final para expulsar a população nativa e anexar ilegalmente Gaza.
Israel mantém bombardeios a Gaza desde 7 de outubro, deixando cerca de 30 mil mortos e 70 mil feridos, além de dois milhões de desabrigados.
A entrega de drones aumenta ainda mais o envolvimento da Índia na campanha israelense e na indústria de armas de modo geral. O regime indiano, segundo estimativas, é o maior comprador de armas israelenses, com importações estimadas em US$1 bilhão por ano.
As ações israelenses em Gaza são crime de guerra e genocídio.