A União Europeia condenou nesta quinta-feira (15) a demolição realizada por forças israelenses contra a casa de um líder comunitário de Jerusalém Oriental ocupada, segundo informações da agência de notícias Anadolu.
“A União Europeia rechaça a demolição da casa do líder comunitário Fakhri Abu Diab, na cidade de Jerusalém Oriental, onde sua família residia há gerações”, declarou a nota, ao advertir que as ações equivalem a violação da lei humanitária internacional.
Conforme o alerta, atos como esse “prejudicam esforços para avançar em uma paz e segurança duradouras, que tanto israelenses quanto palestinos merecem”.
O bloco instou Israel a interromper seus esforços de demolição de infraestrutura civil na cidade ocupada — “incluindo na área sensível adjacente à Cidade Velha”.
O comunicado reivindicou ainda uma desescalada em “uma situação bastante tensa”.
“Os avanços da política colonial israelense, incluindo demolições e expansão dos assentamentos nos territórios ocupadas da Cisjordânia e de Jerusalém Oriental representam grave violação da lei internacional e prejudicam os esforços de paz”, acrescentou o bloco.
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Na terça-feira (13), forças israelenses destruíram a casa de Abu Diab, pesquisador e membro do Conselho de Defesa da Terra em Silwan, distrito de Jerusalém.
“As autoridades municipais israelenses afirmam que as casas palestinas foram construídas sem alvará, mas o fato é que tais licenças são inacessíveis aos palestinos para construir suas casas”, comentou Abu Diab à agência Anadolu.
A ordem de demolição contra sua residência já tinha 15 anos sob contestação legal. A execução, no entanto, foi conduzida no contexto do genocídio em Gaza e da escalada colonial no território ocupada da Cisjordânia e de Jerusalém, mediante planos de limpeza étnica.
Abu Diab é conhecido por defender os direitos de concidadãos cujas residências sofrem ameaça de demolição. Nove membros de sua família, incluindo esposa, filhos e netos, viviam na casa há ao menos 35 anos.
Segundo o líder comunitário, a política de demolição israelense é parte dos esforços de Tel Aviv para obliterar a presença dos palestinos nativos em Silwan e em Jerusalém como um todo.
Recentemente, autoridades ocupantes anunciaram planos para demolir dezenas de residências palestinas nos bairros de al-Bustan e Batin al-Hawa, em Silwan.
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A lei internacional caracteriza Cisjordânia e Jerusalém como territórios ocupados, de modo que todas as atividades coloniais conduzidas por Israel — incluindo colonos e assentamentos — são terminantemente ilegais.
Em Gaza, são 28 mil mortos e 68 mil feridos, sobretudo mulheres e crianças, em pouco mais de 120 dias, além de dois milhões de desabrigados.
Na Cisjordânia e em Jerusalém, colonos e soldados da ocupação intensificaram pogroms contra aldeias e cidades, além de campanhas de prisão em massa — ao dobrar, em certo momento, a população carcerária palestina.
A maioria dos palestinos nas cadeias de Israel são presos políticos em custódia sem julgamento ou sequer acusação —isto é reféns, por definição.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.