A economia israelense sofre duras consequências devido a sua persistente escalada de violência colonial contra o povo palestino, em particular, o genocídio a Gaza. Tel Aviv enfrenta, sobretudo nos últimos meses, queda na demanda, carestia e falta de mão-de-obra.
Israel ataca Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos e 70 mil feridos e levando o país a um escrutínio internacional sem precedentes, incluindo avanços consideráveis na campanha por Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS).
Segundo informações, ao menos 350 mil israelenses foram convocados às Forças Armadas como reservistas, ao removê-los, portanto, de seus postos de trabalho.
O custo das tropas, junto à queda na produtividade de diversos setores, é estimado em US$630 milhões por semana, segundo relatório publicado pelo Banco Central de Israel no último mês de novembro, cerca de um mês após a deflagração da campanha militar.
O custo da guerra se soma à baixa demanda por exportações israelenses, falta de mão-de-obra barata — sobretudo palestina e imigrante —, entre outros fatores que assinalam crise.
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Baixas no lado israelense, manifestações domésticas e repressão colonial parecem aumentar de modo exponencial a lacuna entre ganhos e perdas.
O governo israelense impôs, por exemplo, um embargo aos trabalhadores palestinos, contudo, sem levar em consideração o consequente choque no abastecimento, admitiu o governador do Banco Central, Amir Yaron, em entrevista à rede CNBC.
O custo mensal do embargo pode alcançar US$1 bilhão, conforme estimativas do Ministério das Finanças, obtidas pela imprensa local.
Devastação socioeconômica
Em dezembro, um estudo anual do Relatório Alternativo sobre Pobreza revelou que a campanha israelense contra Gaza impactou negativamente não apenas o enclave palestino, mas também a economia do Estado agressor.
A pesquisa descobriu uma situação de emergência socioeconômica e degradação dos índices de pobreza em Israel, em meio à gastança com o genocídio em Gaza.
Segundo os dados, os ataques indiscriminados a Gaza deixaram danos consideráveis à renda de aproximadamente 19.7% do público israelense. Em torno de 45.5% expressam receios de maior degradação econômica.
Todas as entidades beneficentes entrevistadas, que tratam da população carente, confirmaram que a ajuda do governo israelense foi cortada por completo, apesar de aumento de 58.1% nas solicitações.
Um índice chocante de 81.8% dos recipientes assistenciais está em débito; 85.1% sofrem déficit de energia; 79.3% sofrem de doenças crônicas.
Além disso, 81.6% dos idosos vivem na pobreza e 31.5% enfrentam insegurança alimentar; 64% deixaram de comprar medicamentos ou buscar cuidados de saúde.
O relatório observou ainda que 50.9% dos recipientes de ajuda reduziram refeições ou deixaram de comer devido à compressão financeira. Quase 40% reportaram que suas crianças reduziram refeições devido à crise, levando a receios de desnutrição.
A crise em Gaza é evidentemente ainda pior: quase dois milhões de pessoas foram desabrigadas pelos bombardeios.
As Nações Unidas alertam para uma catástrofe humanitária sem precedentes. Estima-se que 71% da população de Gaza — de um total de 2.4 milhões de pessoas — sofram fome aguda, segundo um novo relatório do Monitor de Direitos Humanos Euromediterrâneo.
Israel mantém um cerco absoluto a Gaza, incluindo à assistência humanitária. O território está sem abastecimento contínuo de energia elétrica, água, combustível ou medicamentos há quase cinco meses. Ao promover suas ações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os palestinos de Gaza como “animais humanos”.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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