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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Coletivo palestino pede boicote a rede Carrefour por apoio a Israel

Policiais fazem segurança de loja privada da corporação Carrefour diante de um protesto pró-Palestina realizado em Paris, na França, em 17 de fevereiro de 2024 [Ümit Dönmez/Agência Anadolu]

Ativistas do coletivo Emergência Palestina ecoaram apelos por um boicote econômico à rede de supermercados Carrefour, neste sábado (17), ao denunciar a cumplicidade da marca francesa ao genocídio conduzido por Israel na Faixa de Gaza.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

O coletivo acusou a empresa de agir em violação da lei internacional ao inaugurar franquias nos assentamentos ilegais israelenses na Cisjordânia ocupada.

Manifestantes em um quarteirão comercial da comuna de Villeneuve, na França, realizaram um ato para conscientizar consumidores locais, ao distribuir panfletos sobre as práticas da empresa de distribuir alimentos a forças israelenses em Gaza, à medida que a população palestina sitiada enfrenta a fome generalizada.

O protesto reivindicou um cessar-fogo, sob palavras de ordem como “Israel criminoso, Carrefour cúmplice”. O nome do CEO Alexandre Bompard foi mencionado.

Um casal sionista interveio no ato ao solicitar repressão da polícia.

“Ele queria me atacar dizendo que mulheres foram estupradas e crianças foram decapitadas em 7 de outubro”, comentou um ativista à rede Anadolu. Alegações como essas, no entanto, foram desmentidas desde então, com repórteres israelenses em campo negando qualquer indício das supostas atrocidades.

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“Sua esposa tirou uma foto minha e ameaçou postar nas redes sociais”, prosseguiu o ativista.

Em outubro último, a franquia israelense da rede Carrefour anunciou o fornecimento de rações alimentares aos soldados em Gaza, alimentado os apelos por boicote à marca.

Em 21 de outubro, em postagem na rede social X (Twitter), a sucursal francesa da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) citou o Carrefour, ao pedir um “boicote a companhias israelenses e internacionais cúmplices da ocupação”.

O BDS reiterou que o Carrefour “enviou pacotes individuais aos soldados israelenses”.

Em 2022, o Carrefour assinou um acordo de parceria com a firma israelense Electra Consumer Products e sua subsidiária Yenot Bitan — ambas envolvidas em violações contra as comunidades palestinas nativas.

Carrefour e racismo

No Brasil, em 28 de dezembro de 2023, ativistas da Frente em Defesa do Povo Palestino realizaram um ato similar dentro de uma loja do Carrefour em São Paulo.

Os ativistas entraram em uma unidade da rede Carrefour Express no horário comercial, em meio às compras de fim de ano, ao entoar as palavras de ordem: “O Carrefour tem as mãos manchadas de sangue”.

No Brasil, lojas da rede Carrefour são marcadas por casos endêmicos de racismo e violência.

No último ano, duas pessoas negras foram agredidas por seguranças de uma loja em Salvador. A empresa assinou um novo Termo de Ajuste e Conduta (TAC), mas negou que um dos agressores pertencia a sua equipe, apesar de não elucidar a filiação de outros perpetradores flagrados nas imagens.

Em 2020, João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos, foi espancado até a morte por seguranças em uma das filiais da empresa em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

No mesmo ano, imagens de um funcionário de 53 anos que morreu dentro de uma unidade da rede multinacional viralizaram online, quando parte da equipe foi instruída a esconder o corpo durante o expediente, com caixas de papelão, engradados de cerveja e guarda-sóis.

Genocídio em Gaza

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 29.092 mortos e 69.028 feridos — na maioria, mulheres e crianças.

Desde então, apelos por boicote ganharam nova tração, causando prejuízo a corporações como Starbucks, McDonalds e Puma. A fabricante esportiva alemã, por exemplo, encerrou o contrato de patrocínio com a seleção nacional de Israel.

Em torno de 70% da infraestrutura civil de Gaza foi destruída pela varredura norte-sul realizada pelas forças ocupantes. Hospitais, escolas, abrigos e mesmo rotas de fuga não foram poupadas. Dois milhões de pessoas foram desabrigadas.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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Palestina: quatro mil anos de história
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