O ministro de Relações Exteriores da China, Wang Yi, descreveu o deslocamento compulsório de gerações de palestinos nativos de suas terras ancestrais, sem jamais obter o direito de retorno, como “a injustiça mais duradoura do mundo contemporâneo”.
“A recente escalada de tensões na região mais uma vez mostra que a questão palestina sempre esteve no âmago das questões do Oriente Médio”, apontou Wang.
Pequim, segundo o ministro, “pede esforços mais céleres para o estabelecimento de um Estado palestino e realização de uma conferência de paz internacional mais ampla e efetiva, a fim de se consolidar a coexistência entre Israel e Palestina”.
“A Palestina jamais obteve seus direitos nacionais legítimos, sem que se estabeleça seu Estado independente”, observou Wang. “Trata-se da raiz de todos os problemas e a própria essência da crise no Oriente Médio”.
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Para o ministro, Estados Unidos têm de trabalhar com mais seriedade para assegurar um cessar-fogo e uma solução de dois Estados.
Na semana passada, a chancelaria chinesa reafirmou sua oposição a qualquer operação militar na cidade de Rafah, na fronteira entre o extremo sul de Gaza e o Egito. Rafah abriga hoje cerca de 1.5 milhão de refugiados, sob apreensão de um êxodo de massa ao deserto do Sinai.
Um porta-voz da pasta em Pequim declarou em nota que seu governo acompanha atentamente a situação em Rafah e “se opõe e condena atos que prejudiquem civis e violem as leis e normas internacionais”.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 29.092 mortos e 69.028 feridos — na maioria, mulheres e crianças.
Em torno de 70% da infraestrutura civil de Gaza foi destruída pela varredura norte-sul realizada pelas forças ocupantes. Hospitais, escolas, abrigos e mesmo rotas de fuga não foram poupadas. Dois milhões de pessoas foram desabrigadas.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.