Grupos coloniais israelenses estão intensificando seus ataques na Cisjordânia ocupada contra a população árabe nativa para tentar deflagrar um conflito amplo, advertiu nesta terça-feira (20) o Ministério de Relações Exteriores da Palestina.
“Ataques coloniais sob escolta das forças ocupantes são uma política oficial que busca sabotar a oportunidade de uma solução de dois Estados”, declarou a pasta em nota, ao comentar ataques a Burqa, a noroeste da cidade de Nablus.
“O que o mundo viu ontem com a ofensiva de colonos a Burqa e outras regiões da Cisjordânia é evidência clara de que se trata de uma política oficial de Israel que recai ao contexto dos crimes voltados a anexar gradualmente a Cisjordânia”, acrescentou o comunicado.
A escalada dos colonos é prova de que as sanções impostas a algumas associações israelenses são insuficientes, observou a chancelaria, ao reivindicar maiores medidas.
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Em 1° de fevereiro, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assinou uma ordem executiva para autorizar sanções contra colonos que conduzam atos de violência contra os palestinos da Cisjordânia, ao identificar quatro indivíduos na primeira rodada de penalidades.
Na semana passada, autoridades francesas impediram 28 colonos israelenses de entrar no país, ao apontar para crimes cometidos nos territórios ocupados.
Espanha e Irlanda alertaram que assumirão sanções unilaterais, caso a União Europeia não trate devidamente da matéria.
Espera-se que outros países acompanhem a deixa.
Oficiais israelenses, no entanto, pediram a instituições bancárias que violem os termos.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos e 70 mil feridos — a maioria, mulheres e crianças. Em torno de 70% da infraestrutura civil foi destruída; dois milhões de pessoas estão desabrigadas.
Na Cisjordânia e em Jerusalém, Israel intensificou sua escalada colonial — incluindo pogroms a aldeias e cidades palestinas e uma violenta campanha de prisão, que abduziu arbitrariamente mais de seis mil pessoas.
Todos os assentamentos e colonos israelenses radicados nos territórios ocupados da Cisjordânia e de Jerusalém são ilegais segundo o direito internacional.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.