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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Sem União Europeia, Espanha promete sanções unilaterais a colonos israelenses

Ministro de Relações Exteriores da Espanha, José Manuel Albares, durante cúpula de política externa da União Europeia, em Bruxelas, 19 de fevereiro de 2024 [Dursun Aydemir/Agência Anadolu]

A Espanha aplicará sanções unilaterais a colonos israelenses radicados na Cisjordânia ocupada, caso a União Europeia deixe de fazê-lo, afirmou nesta segunda-feira (19) o ministro de Relações Exteriores, José Manuel Albares, segundo informações da agência Anadolu.

“Sanções foram debatidas previamente nos numerosos encontros de política externa da União Europeia”, relatou o chanceler espanhol a jornalistas em Bruxelas. “Continuaremos a instar que sejam aplicadas de uma vez por todas … Todavia, em caso de desacordo, a Espanha certamente avançará individualmente para aplicar tais sanções”.

Albares viajou à capital belga para uma cúpula do Conselho de Política Externa do bloco, em um momento de divisão regional e crise internacional devido ao genocídio israelense em Gaza.

Para além das sanções, Albares prometeu pressionar o bloco a reavaliar o Acordo de Associação Europa-Israel, ao analisar em detalhes a possibilidade de que Israel comete violações do direito internacional no enclave sitiado.

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Os apelos de Madrid receberam apoio do governo da Irlanda, em uma carta conjunta enviada à Comissão Europeia na última semana, após Israel anunciar sua ofensiva a Rafah, no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito.

“Vou reivindicar de maneira concreta para que essa avaliação esteja sobre a mesa já no próximo encontro do Conselho de Política Externa, para que possamos extrair conclusões”, prosseguiu o ministro. “Esperamos ser capazes de resolver isso com diálogo, mas certamente há uma série de mecanismos para recorrer”.

O emissário espanhol reiterou que o objetivo da proposta é conter a mortalidade civil em Gaza.

Albares reafirmou os apelos de seu governo por cessar-fogo permanente e fluxo humanitário a Gaza, assim como soltura dos prisioneiros de guerra israelenses em custódia do grupo Hamas e negociações efetivas pela chamada solução de dois Estados.

Madrid mantém esforços junto à comunidade internacional para que haja um reconhecimento formal do Estado palestino, na espera de avançar com negociações de paz.

“Entretanto, caso nada vá adiante, a Espanha é um país soberano que pode tomar suas próprias decisões”, destacou o chanceler, ao aludir às promessas do primeiro-ministro, Pedro Sánchez, de reconhecer unilateralmente o Estado da Palestina.

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Mais cedo, ainda ontem, o ministro de Relações Exteriores da Irlanda, Micheal Martin, declarou ter esperanças de que a União Europeia assinta unanimemente a sanções contra colonos ilegais que cometam atos de violência.

Na semana passada, autoridades francesas impediram 28 colonos israelenses de entrar no país, ao apontar para crimes cometidos contra palestinos nativos na Cisjordânia ocupada.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos e 70 mil feridos — a maioria, mulheres e crianças. Em torno de 70% da infraestrutura civil foi destruída; dois milhões de pessoas estão desabrigadas.

Estimativas das Nações Unidas mostram que, na Cisjordânia, incidentes de violência colonial — incluindo pogroms contra cidades e aldeias — praticamente dobraram.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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