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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

União Europeia, salvo Hungria, pede cessar-fogo em Gaza

Protesto pró-Palestina em Bruxelas, na Bélgica, na ocasião de uma cúpula de política externa da União Europeia, em 19 de fevereiro de 2024 [Dursun Aydemir/Agência Anadolu]

Durante cúpula de política externa da União Europeia, todos os países-membros, salvo Hungria, emitiram uma declaração reivindicando “uma pausa humanitária imediata que possa conduzir a um cessar-fogo sustentável” na Faixa de Gaza.

As 27 nações isolaram Budapeste ao publicar um comunicado próprio que parece concordar, em tom mais brando, com as apreensões do presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, de que a ofensiva israelense a Gaza incorre em violações graves.

Durante passagem pela África, Lula comparou o genocídio israelense em Gaza ao Holocausto, ao ecoar denúncias de grupos crescentes de judeus antissionistas que se somam às manifestações pró-Palestina.

O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, mencionou a escala de baixas, com cerca de 30 mil palestinos mortos e 70 mil feridos.

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O comunicado desta segunda-feira (19) foi emitido após dez horas de intenso debate entre os ministros de Relações Exteriores do bloco, cerca de uma semana após os governos de Irlanda e Espanha solicitarem reavaliação da posição europeia, incluindo o acordo de cooperação com Tel Aviv.

Borrell reiterou apelos por “respeito aos direitos humanos e cumprimento das deliberações do Tribunal Internacional de Justiça”, de modo que “Israel deve fazer mais pela ajuda humanitária e para auxiliar a população de Gaza”.

“Discutimos sanções adicionais e continuaremos a fazê-lo para avaliar como proceder contra os colonos extremistas israelenses, que atacam indiscriminadamente civis palestinos na Cisjordânia ocupada, assim como para violações de direitos humanos perpetradas pelo Hamas”, prosseguiu Borrell, em possível aceno ao tom das discussões.

O húngaro Péter Szijjártó, representante do primeiro-ministro de extrema-direita Viktor Orbán, no entanto, se manteve impassível e bloqueou o consenso sobre as ações. Orbán é notório por posições de extrema-direita e políticas islamofóbicas.

Os 26 países da União Europeia também aprovaram uma declaração para que o governo em Tel Aviv não prossiga com seus planos de invasão por terra a Rafah, no sul de Gaza, onde 1.5 milhão de palestinos estão abrigados.

Segundo a nota, um ataque a Rafah “agravaria ainda mais a já catastrófica situação humanitária e impediria a prestação urgente de serviços básicos e de assistência humanitária”.

LEIA: Ataque israelense a Rafah prova denúncia de genocídio, afirma África do Sul

Há cerca de dez dias, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, contrapôs os alertas de aliados próximos ao prometer avançar a Rafah, no que sugere a transferência compulsória dos palestinos de Gaza ao deserto do Sinai, no território do Egito.

Desde então, forças israelenses intensificaram bombardeios à região de fronteira.

Um membro do gabinete de guerra do Estado ocupante ameaçou no início desta semana iniciar a ofensiva por terra caso o restante dos prisioneiros de guerra em custódia do Hamas não sejam libertados até o mês islâmico do Ramadã, com início em 11 de março deste ano

A cisão europeia soma-se à crise diplomática com o Brasil e à suspensão da filiação israelense, como membro observador, na União Africana, também nesta segunda-feira

Hoje, são membros da União Europeia: Áustria, Bélgica, Bulgária, Croácia, Chipre, Dinamarca, Estônia, Finlândia, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Itália, Letônia, Lituânia, Luxemburgo, Malta, Países Baixos, Polônia, Portugal, República Tcheca, Romênia, Eslováquia, Eslovênia, Espanha e Suécia

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos e 70 mil feridos — a maioria, mulheres e crianças. Em torno de 70% da infraestrutura civil foi destruída; dois milhões de pessoas estão desabrigadas

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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