O ministro das Finanças de Israel, Bezalel Smotrich, prometeu neste domingo (25) se opor a um acordo que leve à libertação dos prisioneiros de guerra israelenses mantidos em Gaza, em troca do fim de um cessar-fogo no território sitiado.
O político de extrema-direita destacou em coletiva de imprensa organizada pelo semanário em hebraico B’Sheva que pretende se opor ainda à soltura de presos políticos palestinos com penas altas, como parte de uma eventual troca de prisioneiros.
“A condução das negociações é ridícula. Votarei contra qualquer acordo sob as diretrizes atuais”, argumentou Smotrich. “A guerra tem prioridades: primeiro e mais importante, vencer o Hamas; segundo, reaver os prisioneiros”.
O ministro reforçou comentários da semana passada sobre o caráter secundário da questão dos prisioneiros, em meio a uma escalada na crise interna em Israel, após cinco meses de invasão a Gaza sem sucesso. No fim de semana, a polícia israelense reprimiu violentamente protestos em Tel Aviv e outras cidades contra o governo de Benjamin Netanyahu.
Para Smotrich, o próximo acordo tem de ser “melhor” do que o anterior. “Três sabotadores [sic] para cada refém e dez reféns para cada dia de trégua. A lógica diz que o próximo acordo tem de ser melhor porque mantivemos e ampliamos a pressão militar e Sinwar [líder do Hamas] deve estar agora mesmo sentado em seu buraco, com um sentimento de rendição e derrota”.
Não há provas de que Yahya Sinwar esteja em Gaza.
Sobre uma troca de prisioneiros, destacou Smotrich: “O preço é inaceitável. Não encheremos as ruas com terroristas [sic]. Fizemos isso com Gilad Shalit e estamos vendo as consequências”.
O acordo de Gilad Shalit, em 2011, trocou o soldado israelense em questão, capturado em Gaza, por 1.027 prisioneiros palestinos.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. São 29.692 palestinos mortos e 69.879 feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.
Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.
Israel mantém cerca de nove mil palestinos em suas cadeias, a grande maioria sob o mecanismo de detenção administrativa — isto é, sem julgamento ou sequer acusação; reféns, por definição.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.