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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Chanceler de Israel comemora apoio bolsonarista, volta a atacar Lula

Ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, ergue bandeira israelense durante ato de extrema-direita na avenida Paulista, em São Paulo, 25 de fevereiro de 2024 [Ettore Chiereguini/Agência Anadolu]

O ministro de Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, celebrou o apoio deferido a seu governo por manifestantes de extrema-direita que saíram à avenida Paulista, em São Paulo, no domingo (25), em defesa do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

Bolsonaro e apoiadores convocaram um ato sob receios de prisão devido a sua conspiração para um golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições de 2022, culminando no ataque terrorista a Brasília, em 8 de janeiro do ano seguinte.

O ex-presidente, aparentemente acuado, pediu anistia aos atos golpistas.

A manifestação bolsonarista contou com a presença de bandeiras israelenses, em uma relação marcada por fundamentalismo religioso e sionismo evangélico.

Em sua página da rede social X (Twitter), Katz agradeceu o apoio do “povo brasileiro”, ao insistir que “nem Lula conseguirá nos separar”. A postagem, publicada em português, foi tomada como provocação, ao marcar a conta oficial do presidente brasileiro.

A postura tornou-se constante por parte do governo em Israel, na tentativa de constranger Lula a retomar o apoio político ao Estado de apartheid.

Na última semana, durante viagem a Egito e Etiópia, onde participou como convidado de honra de uma cúpula da União Africana, Lula reforçou duras críticas ao genocídio perpetrado por Israel em Gaza, ao compará-lo com os crimes do nazismo.

As declarações do chefe de Estado brasileiro foram recebidas pelo establishment israelense com particular hostilidade, ao deflagrar uma crise diplomática entre os países.

LEIA: Veja repercussão da fala de Lula sobre guerra em Gaza e Holocausto

O governo brasileiro apoiou previamente a denúncia sul-africana sobre os massacres israelenses em Gaza ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia. Contudo, não rompeu laços com o Estado ocupante até então.

O chanceler israelense declarou Lula “persona non grata”, medida a qual o ministro de Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, prometeu responder “dentro das normas da diplomacia”.

Na sexta-feira (23), Lula reafirmou sua denúncia: “Da mesma forma que eu disse quando estava preso que eu não aceitaria acordo para sair da cadeia e que eu não trocaria a minha liberdade pela minha dignidade, eu digo: não troco a minha dignidade pela falsidade. Eu sou favorável à criação do Estado Palestino livre e soberano”.

“O que o governo de Israel está fazendo não é guerra, é genocídio”, prosseguiu Lula. “Crianças e mulheres estão sendo assassinadas”.

Sobre a cobertura enviesada da mídia corporativa, responsável por produzir uma câmara de eco em torno de supostas repercussões negativas sobre a fala de Lula, observou o presidente: “Não tentem interpretar a entrevista que eu dei. Leiam a entrevista e parem de me julgar a partir da fala do primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu]”.

As falas de Lula não receberam críticas tampouco cobertura negativa da imprensa internacional, exceto Israel. Em entrevista à rede CNN Brasil, Antony Blinken, secretário de Estado dos Estados Unidos, recusou-se a rechaçar Lula, ao descrevê-lo como um “amigo”.

Desde 7 de outubro, Israel mantém bombardeios a Gaza, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados — em grande maioria, mulheres e crianças.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

LEIA: Os escudos humanos de Israel: Seu próprio povo

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