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Comunidade internacional fracassa com o povo palestino, reafirma União Africana

27 de fevereiro de 2024, às 14h48

Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) realiza audiências sob ocupação israelense na Palestina, na cidade de Haia, na Holanda, em 26 de fevereiro de 2024 [Selman Aksünger/Agência Anadolu]

Durante sua apresentação presencial ao Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, a delegação da União Africana reiterou que a comunidade internacional “fracassou com o povo palestino”, ao pedir o fim da impunidade israelense por suas violações na Palestina histórica.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

A corte realiza audiências há uma semana sobre um pedido para emitir uma opinião consultiva sobre a natureza legal da ocupação militar israelense nos territórios palestinos. O tribunal deve emitir sua decisão dentro de meses.

“A história julgará a credibilidade do direito internacional com base no resultado desses casos”, alertou o advogado Mohamed Hilal, em referência ao julgamento da corte sobre o genocídio de Israel em Gaza, iniciado em janeiro. “A comunidade internacional decepcionou o povo palestino. A União Africano, no entanto, crê que a justiça será alcançada”.

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Hilal destacou a urgência do povo palestino de exercer seu direito à autodeterminação.

As audiências públicas em Haia foram concluídas nesta segunda-feira (26), com participação de dezenas de países e três instituições internacionais — União Africana, Liga Árabe e Organização para Cooperação Islâmica (OCI).

Além da Palestina, quarenta e nove Estados apresentaram seus argumentos, incluindo Turquia, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha e Holanda.

As audiências decorrem de um pedido da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o ponto de vista da corte no que diz respeito às consequências legais das políticas e práticas coloniais de Tel Aviv nos territórios palestinos.

Em dezembro, a África do Sul registrou sua queixa de que Israel viola a Convenção de Genocídio em Gaza. Em 26 de janeiro, a corte em Haia ordenou medidas cautelares, incluindo fluxo humanitário; no entanto, sem o aval israelense.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. Quase 30 mil palestinos foram mortos e outros 70 mil foram feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

Na Cisjordânia e em Jerusalém, colonos e soldados intensificaram seus pogroms contra aldeias e cidades palestinas. Uma campanha de prisão praticamente dobrou o número de palestinos sob custódia arbitrária da ocupação. São nove mil presos no momento — a maioria sem julgamento ou sequer acusação; reféns por definição.

É a primeira vez na história que o Estado de Israel é réu no tribunal de Haia, órgão judicial das Nações Unidas. As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.