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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Oficiais do Hamas chegam ao Cairo para negociações; sem sinal de Israel

Palestinos buscam sobreviventes após ataque israelense a um prédio residencial de Rafah, no sul de Gaza, em 4 de março de 2024 [Yasser Qudih/Agência Anadolu]
Palestinos buscam sobreviventes após ataque israelense a um prédio residencial de Rafah, no sul de Gaza, em 4 de março de 2024 [Yasser Qudih/Agência Anadolu]

Oficiais do Hamas chegaram ao Cairo, capital do Egito, para realizar conversas sobre uma trégua em Gaza, após um oficial dos Estados Unidos indicar suposto apoio do governo israelense a um quadro provisório para conduzir uma nova troca de prisioneiros.

A delegação do Hamas pousou no domingo (3); no entanto, sem sinais até então de uma equipe israelense. As conversas seriam mediadas por Catar, Egito e Estados Unidos.

A imprensa israelense alegou que a ausência se deve à negativa do Hamas de compartilhar uma lista dos prisioneiros de guerra ainda vivos na Faixa de Gaza.

“Não há delegação israelense no Cairo”, reportaram fontes oficiais segundo o website local Ynet News. “O Hamas se recusa a dar respostas claras e, portanto, não há razão para despachar uma equipe de negociação”, acrescentou, sem dar detalhes.

Israel sofre pressão interna para reaver os reféns, após cinco meses infrutíferos de campanha de larga escalada contra a Faixa de Gaza. Além disso, enfrenta pressão internacional por um cessar-fogo, à medida que o enclave palestino vive uma crise humanitária sem precedentes.

Um oficial sênior do Hamas disse à Al Jazeera que a delegação está no Cairo “para se reunir com irmãos cataris e egípcios e apresentar as perspectivas do movimento”.

“Se uma equipe da ocupação estará ou não aqui não nos concerne”, acrescentou.

A intransigência de Tel Aviv contradiz expectativas de Washington, após um oficial sênior alegar no sábado (2) que “os israelenses mais ou menos aceitaram” os parâmetros da trégua.

O acordo pressupõe um cessar-fogo de seis semanas e soltura de colonos e soldados israelenses considerados “vulneráveis” — isto é, doentes, idosos e feridos.

O Hamas insiste em reaver presos políticos mantidos arbitrariamente nas cadeias da ocupação, além de um cessar-fogo permanente, retirada das tropas ocupantes e retorno dos refugiados às suas casas no norte de Gaza. Contudo, sem o aval de Israel.

Os Estados Unidos, por sua vez, enfrentam crise doméstica em maio campanha à reeleição do presidente, Joe Biden, possivelmente novamente diante de seu antecessor republicano, Donald Trump. Biden sofre recordes de rejeição, associada a seu apoio ao genocídio em Gaza.

Washington diz esperar, não obstante, um acordo de cessar-fogo para antes do mês islâmico do Ramadã, com início em 11 de março.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. Israel afirma que 1.200 pessoas morreram na ocasião. Reportagens do jornal israelense Haaretz, no entanto, revelaram que grande parte dos óbitos se deu por “fogo amigo”, sob ordens diretas de comandantes da ocupação.

Em Gaza, são ao menos 30.534 mortos e 71.920 feridos — em maioria, mulheres e crianças. Em torno de 85% da população — dois milhões de pessoas — foi desabrigada.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

 LEIA: Chefe da OMS revela ‘descobertas sinistras’ após visita da agência ao norte de Gaza

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