O embaixador da Palestina nas Nações Unidas, Riyad Mansour, destacou nesta segunda-feira (4) as atrocidades cometidas por Israel em Gaza diante do Conselho de Segurança em Nova York. Na ocasião, reiterou o emissário palestino: “Israel está matando nosso povo de fome”.
As informações são da agência de notícias Anadolu.
Declarou o diplomata:
Israel lançou a morte corta contra 2.3 milhões de palestinos de quatro maneiras distintas: bombardeios indiscriminados, execução sumária, doença, sede e fome. A fome não é uma infeliz consequência da guerra, mas sim um dos métodos de guerra empregue por Israel. Israel está matando nosso povo de fome.
A discussão orbitou sobre o mais recente veto dos Estados Unidos a um cessar-fogo em Gaza no Conselho de Segurança, emitido quinze dias atrás.
“Israel comete atrocidades, sem qualquer controle”, acrescentou Mansour, ao lamentar que, no mesmo contexto, o Conselho de Segurança “tenha sido impedido várias vezes de conclamar um cessar-fogo imediato que dê fim às atrocidades”.
Mansour instou os Estados-membros da Organização das Nações Unidas (ONU) a aderirem aos apelos globais por cessar-fogo.
“Os líderes israelenses falam abertamente de seus crimes e dos crimes que planejam cometer”, advertiu. “O primeiro-ministro [Benjamin Netanyahu] vangloriou-se de descumprir decisões das cortes internacionais ou resoluções da ONU, além de sabotar esforços de paz”
‘Nova era de responsabilidade’
Isso só terá fim ao encerrarmos a impunidade de Israel. A era de impunidade de Israel deve ter fim e devemos agora entrar em uma nova era de responsabilidade e sanções.
acrescentou Mansour.
O embaixador palestino exaltou esforços de boicote contra o “comércio com os assentamentos” e instou sanções internacionais a “todo o empreendimento colonial” de Israel.
“Não permitam que um único colono obtenha visto para visitar seus países”, apontou Mansour. “Peço que se comportem de maneira diferente [pois] os horrores que hoje vemos jamais seriam possíveis senão pelos fracassos de ontem”.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. O cerco israelense forçou uma situação de fome generalizada ao povo de Gaza, sobretudo na região norte, onde 15 crianças morreram de fome.
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O Estado israelense é réu no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, após a corte deferir “plausibilidade” da denúncia sul-africana de genocídio. A corte ordenou maior fluxo assistencial a Gaza; contudo, sem aval da ocupação.
As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.