Situação em Gaza é ‘catastrófica, inconcebível, deplorável’, reitera oficial da ONU

Dennis Francis, presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas, disse nesta segunda-feira (4) que a situação em Gaza é “catastrófica, inconcebível, deplorável”, segundo informações da rede de notícias Anadolu.

Diante do Conselho de Segurança, durante debate sobre o último veto dos Estados Unidos a um cessar-fogo em Gaza, em 20 de fevereiro, Francis se disse “horrorizado com os relatos de mortos e feridos entre centenas de pessoas que buscavam alimento”, em alusão ao incidente que ficou conhecido como “massacre da farinha”, a oeste da Cidade de Gaza, na semana passada.

Na ocasião, forças israelenses dispararam contra uma multidão de palestinos famintos à espera de um comboio humanitário, na rotatória de al-Nabulsi, na via costeira de al-Rashid. Ao menos 112 pessoas morreram e outras 760 ficaram feridas.

“Incontáveis comunidades foram dizimadas e famílias inteiras desapareceram”, insistiu Francis, ao advertir contra uma eventual operação por terra conduzida por Israel em Rafah, no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito, onde 1,5 milhão de deslocados estão abrigados.

LEIA: Fome se aprofunda em Gaza, crianças desnutridas lotam os hospitais

Francis aludiu aos alertas de Martin Griffiths, coordenador de assistência emergencial da ONU, ao destacar: “Qualquer operação por terra em Rafah levará a uma missão humanitária já muito fragilizada à margem da morte. Portanto, peço comedimento máximo para salvar a vida de civis inocentes”.

Francis instou ainda os Estados-membros a “trabalhar mais por um fim imediato do conflito”.

Sobre um cessar-fogo, mesmo que temporário, argumentou que “permitiria aos reféns voltarem para a casa [e] aliviaria o sofrimento de homens, mulheres e crianças palestinas”.

Francis fez um apelo a “maior apoio humanitário ao povo palestino” e prometeu “continuar a se engajar incansavelmente na diplomacia direta e nas negociações em campo”.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. O cerco israelense forçou uma situação de fome generalizada ao povo de Gaza, sobretudo na região norte, onde 15 crianças morreram de fome.

O Estado israelense é réu no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), em Haia, após a corte deferir “plausibilidade” da denúncia sul-africana de genocídio. A corte ordenou maior fluxo assistencial a Gaza; contudo, sem aval da ocupação.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

Sair da versão mobile