Palestino-canadenses processam chanceler por venda de armas a Israel

Um grupo de palestino-canadenses, junto à organização não-governamental Al-Haq e à associação Advogados Canadenses por Direitos Humanos (CLAIHR, da sigla em inglês), registrou nesta terça-feira (5) uma petição em uma corte federal do Canadá para que a ministra de Relações Exteriores, Melanie Joly, cesse a exportação de itens militares a Israel.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

O processo argumenta que a venda viola tanto a lei federal quanto a lei internacional.

Segundo o Ato de Alvarás para Importação e Exportação do Canadá, a chancelaria deve negar quaisquer envios de armas ou tecnologia militar em caso de risco à paz e segurança.

“Queremos responsabilizar o Canadá sob seus próprios parâmetros e também sob suas obrigações legais internacionais”, declarou Henry Off, membro da CLAIHR, em entrevista por telefone à rede de notícias Al Jazeera.

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“O governo canadense não deve continuar a contribuir com a fome em massa e os bombardeios impostos a Gaza”, acrescentou. “Uma forma de cortar tais colaborações do Canadá é precisamente ao cortar seu apoio militar [ao Estado de Israel”.

O primeiro-ministro Justin Trudeau insiste em negar que seu país mantém a venda de armas ao exército ocupante desde a deflagração do genocídio em Gaza, em 7 de outubro de 2023.

Todavia, dados inspecionados pelo website The Maple, mostram que Ottawa emitiu autorizações para exportação militar no mês de fevereiro, estimadas em US$20.9 milhões.

O processo aponta que a venda impõe “risco substancial” a mulheres e crianças. A notificação extrajudicial foi emitida a Joly ainda em 30 de janeiro; contudo, sem resposta.

Segundo a carta, “o governo federal deve suspender imediatamente todas as exportações e transferências de bens militares e tecnologia do Canadá a Israel”.

Israel, com apoio dos Estados Unidos e outros parceiros ocidentais — entre os quais, o Canadá — mantém ataques indiscriminados contra a Faixa de Gaza sitiada desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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