Trégua em Gaza deve coincidir com trégua no sul do Líbano, diz Hezbollah

Naim Qassem, vice-secretário-geral do Hezbollah, reafirmou nesta terça-feira (5) que uma eventual trégua em Gaza será acompanhada de uma trégua no sul do Líbano, onde a ocupação israelense mantém uma troca de disparos com o grupo árabe.

No entanto, Qassem reiterou que isso só ocorrerá “após todas as discussões referentes ao sul serem concluídas da maneira correta”.

A declaração de Qassem contradiz o emissário dos Estados Unidos ao Oriente Médio, Amos Hochstein, que afirmou em visita a Beirute: “Um cessar-fogo em Gaza não se estende automaticamente ao Líbano”.

“A escalada, no entanto, não ajudará nem libaneses nem israelenses a voltar a suas casas”, acrescentou Hochstein. “Não existe essa coisa de uma guerra restrita”.

Qassem descreveu a declaração como “ameaça”.

LEIA: Israel ataca mais profundamente no Líbano quando o Hezbollah abate um drone

“Estão nos ameaçando de uma nova agressão, mas responderemos com resiliência e confrontação, se necessário”, observou Qassem. “Se agirem com imprudência, teremos em mãos uma versão maior de julho de 2006, que incorreu em uma derrota retumbante a Israel, e uma vitória igualmente retumbante ao Hezbollah, ao Líbano e ao eixo de resistência”.

“Quando emissários veem ao Líbano, quando falam conosco, insistem em nos intimidar com uma agressão israelense”, reiterou Qassem. “Ninguém discute conosco como rematar a agressão, mas sim nos falam que a agressão em Gaza vai continuar e nos aconselham, dizem, a não continuar as ações no Líbano … Quem eles pensam que estão ameaçando? Quem eles pensam que assustam?”

Na noite de domingo (3), o sul do Líbano vivenciou uma tentativa de infiltração de dois pelotões israelenses. O incidente foi visto como tentativa de atacar as bases do Hezbollah na região. Segundo o Hezbollah, o ataque foi frustrado com uma troca de tiros.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Desde então, dispara ao sul do Líbano como forma de “dissuadir” o Hezbollah, ligado a Teerã, de intervir na guerra. Há receios de uma deflagração regional.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

Sair da versão mobile