Negociadores do grupo palestino Hamas deixaram a cidade do Cairo, capital do Egito, nesta quarta-feira (6) após apresentar suas propostas para um acordo de cessar-fogo em Gaza, incluindo troca de prisioneiros, reportaram fontes à rede Al-Quds Al-Arabi.
“A bola está agora do lado de Israel”, declararam os oficiais ao encerrar os encontros.
Segundo o site de notícias Al-Mayadeen, conversas de cessar-fogo, no entanto, chegaram a um momento instável, à medida que mediadores do Egito e Catar esperam que o governo israelense se recuse a conceder respostas diretas sobre as solicitações do Hamas.
O grupo palestino, contudo, reiterou que suas principais demandas permanecem inalteradas: cessar-fogo permanente, retirada completa das tropas ocupantes de Gaza e retorno dos deslocados palestinos a suas casas, sobretudo no norte do território sitiado.
“Com base nisso, o Hamas não precisou apresentar nenhuma iniciativa nova no que diz respeito ao número de prisioneiros a serem libertados, questão que recebe enfoque de Israel”, comentou a reportagem.
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“Os mediadores tentaram assegurar que as demandas são aceitáveis a Israel, mas o Hamas deseja que isso esteja registrado por escrito, e não apenas por meio de concessões verbais”, acrescentou a fonte.
obre a retirada das forças ocupantes de Gaza, a fonte observou que o Hamas considera o texto presente como “incerto e ambíguo”, dado que Israel promete deixar o leste do enclave sem especificar, no entanto, as localidades. O grupo palestino reivindica um mapa.
Israel tampouco deu garantias de um cessar-fogo, advertiu a fonte. “Na primeira etapa, o movimento exige uma suspensão completa das operações militares; na segunda etapa, espera discussões sobre um cessar-fogo definitivo”.
Mais cedo, nesta quarta, um outro oficial palestino disse à rede Al-Mayadeen que Israel não respondeu até então aos mediadores, ao adotar uma posição “evasiva”.
O Hamas emitiu uma nota afirmando que mostrou “a flexibilidade necessária com o objetivo de chegar a um acordo, sob a prerrogativa de uma cessação abrangente das hostilidades”.
“A ocupação, no entanto, permanece evasiva”, prosseguiu o comunicado, “particularmente sobre comprometer-se a um cessar-fogo permanente, retorno dos deslocados, retirada de suas forças de Gaza e assistência humanitária”.
O movimento, contudo, prometeu se manter engajado nas negociações por meio dos mediadores, para alcançar um acordo que cumpra os anseios e interesses do povo palestino.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do Hamas que capturou colonos e soldados. São cerca de 30 mil palestinos mortos e 70 mil feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.