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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Chile exclui empresas israelenses de feira de defesa aeroespacial

Presidente do Chile, Gabriel Boric, durante 78ª sessão da Assembleia Geral da ONU, em setembro de 2023 [ONU/Divulgação]

O governo chileno do presidente Gabriel Boric confirmou que empresas israelenses não estarão presentes na Feira Internacional de Ar e Espaço (FIDAE) de 2024.

O tradicional evento é organizado pela Força Aérea do Chile e deve ocorrer neste ano entre 9 e 14 de abril. É considerado a principal feira de defesa aeroespacial da América Latina, com a participação de mais de 40 países.

O Ministério da Defesa confirmou em nota a ausência de empresas israelenses entre os exibidores. Maya Fernández, incumbente da pasta, anunciou a medida; contudo, sem detalhes, apesar do contexto de genocídio em Gaza.

Em um comunicado emitido paralelamente, o Ministério de Relações Exteriores em Santiago, no entanto, reafirmou seus apelos por cessar-fogo: “O desastre humanitário que resulta das operações militares de Israel confirma a urgência de um cessar-fogo na região”.

“O governo do Chile pede à comunidade internacional que reconheça o Estado da Palestina, inclusive como membro pleno da Organização das Nações Unidas”, acrescentou.

De acordo com José Miguel Insulza, senador e ex-chanceler, a decisão de excluir Israel do evento “salva o governo de um problema e das dificuldades domésticas que afetariam a feira”.

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A Frente Parlamentar de Apoio Chile-Israel rechaçou a medida: “Hoje, o governo chileno politiza essa atividade e mostra tremenda desconsideração para com o fato de que a Força Aérea do Chile manteve relações muito íntimas com o governo israelense, no que diz respeito a treinamento e inovação há anos”.

As relações entre ambos os exércitos se intensificaram, particularmente, durante a Ditadura Militar de Augusto Pinochet, com colaboração de inteligência, vigilância e repressão.

O Chile possui a maior comunidade palestina na diáspora, fora do mundo árabe, com cerca de 500 mil palestinos e descendentes no país.

A comunidade exaltou a decisão: “Expressamos nossa sincera gratidão ao governo do Chile e aos organizadores da FIDAE por alinhar as políticas do evento aos princípios de justiça e respeito aos direitos humanos e à lei internacional”.

Para a associação que representa a comunidade palestino-chilena, trata-se de “um passo positivo rumo a uma influência construtiva sobre a conduta dos países na arena internacional, ao promover a responsabilidade e o respeito à lei internacional”.

Apesar da reprimenda israelense, outros parlamentares e políticos elogiaram a decisão do governo de Boric. O senador Juan Ignacio Latorre descreveu a medida como “corajoso gesto de solidariedade ao povo palestino”.

Na rede social X (Twitter), o deputado Gonzalo Winter comentou: “Decisão correta de nosso governo. Companhias de Israel não participarão da próxima FIDAE. Não há espaço para cumplicidade nos massacres [do povo palestino”.

Boric juntou-se a outras lideranças latino-americanas — dentre as quais, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e da Colômbia, Gustavo Petro — ao condenar como genocídio e punição coletiva os bombardeios israelenses contra a população civil de Gaza.

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“O Chile condena veementemente e observa com enorme apreensão as operações militares”, declarou em comunicado oficial o Ministério de Relações Exteriores.

O governo chileno acusou Israel de “violações sistemáticas da lei internacional” e reiterou que o Estado ocupante “tem obrigação de dar fim aos abusos e oferecer reparações abrangentes, além de garantias adequadas de não reincidência” ao povo palestino.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados.

As ações israelenses são crime de guerra e genocídio.

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