Famílias dos reféns israelenses mantidos em Gaza fecharam uma rua de acesso ao Ministério da Defesa em Tel Aviv, nesta quinta-feira (7), para reivindicar do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu que aprove imediatamente um acordo que resulte na libertação de seus parentes, reportou a imprensa local.
Segundo o Canal 12 da televisão israelense, as famílias fecharam a rua de acesso à área de Kirya, no centro de Tel Aviv, após 153 dias de persistente crise.
Os manifestantes ergueram retratos dos reféns com palavras de ordem como “Acordo já”.
Netanyahu enfrenta crise interna, após cinco meses de operação militar sem ganhos estratégicos, muito menos no que diz respeito às promessas de resgate dos prisioneiros de guerra capturados pelo Hamas em sua operação transfronteiriça de 7 de outubro.
Críticos acusam o premiê — réu por três casos de corrupção — de procrastinar deliberadamente um acordo devido a “cálculos políticos e pessoais”, sob receios de que um cessar-fogo em Gaza incorra no colapso de seu governo.
Mais cedo, na quinta-feira, o ministro do Conselho de Guerra de Israel, Gadi Eisenkot, comentou sobre a matéria: “Sem o retorno dos reféns, não há vitória nessa guerra”.
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Negociações por um cessar-fogo, incluindo troca de prisioneiros, realizadas no Cairo, nesta semana, foram marcadas pela ausência de Israel.
O regime israelense mantém ataques indiscriminados contra a Faixa de Gaza desde 7 de outubro, deixando 30 mil palestinos mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.
As ações são retaliação a uma operação do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.
No entanto, reportagens investigativas do jornal israelense Haaretz mostraram que parte considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de líderes militares para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
Ao promover suas ações, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.