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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

‘Netanyahu tem que cair’, diz Haaretz, ao pedir eleições antecipadas

Protesto contra o governo do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Tel Aviv, 2 de março de 2024 [Saeed Qaq/Agência Anadolu]

O jornal israelense Haaretz reivindicou de seus leitores que tomem as ruas para destituir o atual primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, junto a seu governo de “irresponsáveis”.

O editorial desta quinta-feira (7) buscou responsabilizar Netanyahu pelo descreveu como “maior desastre a incidir a Israel desde sua criação”, em referência à operação do Hamas de 7 de outubro e a subsequente cadeia de eventos — incluindo os massacres em Gaza, que incorreram em uma crise sem precedentes de relações públicas ao Estado ocupante.

“[Netanyahu] e seu governo usaram o incidente como uma oportunidade para prejudicar nosso próprio establishment de defesa, a fim de desviar da culpa”, argumentou o artigo.

Em 7 de outubro, combatentes do grupo de resistência Hamas cruzaram a fronteira e capturaram cerca de 250 colonos e soldados. O exército israelense anunciou a morte de 1.200 pessoas na ocasião.

No entanto, uma reportagem investigativa do Haaretz revelou que grande parte das mortes se deu por “fogo amigo”, sob ordens expressas e gravadas de comandantes militares para perpetrar disparos indiscriminados contra os reféns.

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Desde então, Israel matou 30 mil palestinos em Gaza, além de deixar 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados, sob cerco absoluto — sem comida, água, eletricidade ou medicamentos. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.

O jornal israelense reconheceu que o exército ocupante “certamente exerceu um papel de destaque no enorme fracasso”, mas culpou Netanyahu por “políticas criminosas que alimentaram o Hamas, enfraqueceram a Autoridade Palestina e destruíram Israel em meio a seus esforços para tomar poderes do judiciário”.

O editorial mencionou ainda a morte de 45 peregrinos judeus em um tumulto no Monte Meron em 2021, ao afirmar que a investigação sobre o caso mostrou “mais outra vez a cultura de mentiras, negligência, irresponsabilidade e capitulação a interesses escusos de Netanyahu, a despeito da vida humana”.

Segundo o jornal, são esses os elementos que “apodreceram Israel na era de Netanyahu”.

O inquérito pôs “responsabilidade pessoal” ao premiê pela tragédia.

Netanyahu e seu governo irresponsável não podem enxergar a humanidade mesmo que esteja a um metro de distância e não têm um pingo de compaixão em seus corações. Sua máquina peçonhenta se aplica até mesmo à família dos reféns ao representar o retorno de seus entes queridos como um ataque à segurança nacional.

O jornal citou a perseguição política aos cidadãos palestinos de Israel, assim como a cidadãos judeus “que pedem o fim da guerra ou são afiliados a atos contra o governo”. Segundo o periódico, trata-se de algo “típico de regimes que adotaram elementos ditatoriais”.

O Haaretz argumentou também que a “recusa [de Netanyahu] de conduzir uma discussão séria sobre o pós-guerra e sua insistência ridícula em uma ‘vitória total’ corroboram denúncias de que toma decisões com base em interesses pessoais em vez de interesses nacionais”.

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“Jamais houve maior necessidade pujante de encher as ruas, retomar os protestos contra o governo e exigir eleições antecipadas”, concluiu o artigo. “Netanyahu e seu governo irresponsável têm de cair”.

Antes da incursão transfronteiriça do Hamas, a reforma judicial de Netanyahu levou multidões às ruas, sob denúncias de um golpe de Estado.

As ações israelenses em Gaza são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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