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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Dois mil profissionais de saúde em Gaza operam sem jantar do Ramadã

Palestino ferido por um ataque israelense ao campo de refugiados de Nuseirat no Hospital dos Mártires de Al-Aqsa, em Deir al-Balah, em Gaza, em 5 de março de 2024 [Ashraf Amra/Agência Anadolu]

O Ministério da Saúde do governo em Gaza confirmou que ao menos dois mil trabalhadores do setor na região norte começaram seu mês do Ramadã sem as refeições do suhoor e iftar, feitas respectivamente antes e depois do pôr-do-sol, para se preparar e romper o jejum.

Ashraf al-Qudra, porta-voz do ministério, alertou em nota: “Equipes médicas estão operando 24 horas por dia no norte de Gaza sem ter o que comer. Seus corpos se deterioraram devido à falta de refeições”.

“Mais de dois mil profissionais de saúde começarão o Ramadã sem iftar ou suhoor”, reafirmou.

Al-Qudra instou organizações humanitárias internacionais a “providenciar refeições prontas que permitam às equipes de saúde conduzir seu trabalho”.

O Ramadã neste ano coincide com os ataques israelenses a Gaza, após mais de cinco meses.

Como resultado dos bombardeios e cerco israelense, além da obstrução do acesso humanitário, residentes de Gaza — sobretudo na cidade homônima e nas províncias ao norte — sofrem com fome generalizada e doenças, sem comida, água, medicamentos ou combustível.

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Ao promover o cerco, o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, descreveu os 2.4 milhões de palestinos de Gaza como “animais humanos”, dando voz a uma retórica desumanizante que se tornou lugar comum entre as lideranças israelenses.

Para 1,6 bilhão de muçulmanos ao redor do mundo, o mês do Ramadã marca um momento de espiritualidade e reflexão, durante o qual, fiéis se abstêm de comer e beber ao longo do dia.

Outros atos de culto também ocorrem, incluindo ações de caridade e solidariedade, orações e leituras do livro sagrado, o Alcorão.

Para os palestinos, entretanto, as festas costumam coincidir com uma escalada nas agressões de Israel, incluindo obstruções de acesso à Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada — terceiro lugar mais sagrado para os muçulmanos

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma ação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. São 31.045 palestinos mortos e 72.654 feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.

Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.

LEIA: Israel: 150 dias de crimes contra a humanidade

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, Israel insiste em impedir a entrada de assistência humanitária a Gaza.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

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