Dezenas de milhares de pessoas lotaram novamente as ruas de Londres, capital do Reino Unido, neste sábado (9), para reivindicar um cessar-fogo imediato em Gaza e expressar sua solidariedade ao povo palestino, segundo informações da agência Anadolu.
O protesto de massa partiu do Hyde Park, na região central, ainda pela manhã, rumo à embaixada dos Estados Unidos na capital britânica.
O ato foi convocado por diversas organizações da sociedade civil, incluindo Campanha de Solidariedade Palestina, Coalizão Stop the War e Friends of Al-Aqsa.
A polícia respondeu ao chamado com medidas restritivas de larga escala. A multidão, no entanto, seguiu seu caminho com palavras de ordem como “Cessar-fogo já” e “Palestina livre”.
Na semana passada, o primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, atacou diretamente as manifestações pró-Palestina, ao sugerir presença de “elementos extremistas” que supostamente esperam subverter a ordem pública.
As declarações de Sunak foram vistas como ameaça às liberdades democráticas de expressão, manifestação e assembleia.
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Ben Jamal, diretor da Campanha de Solidariedade Palestina, reagiu ao discurso de Sunak ao aconselhá-lo a “refletir sobre suas próprias ações” e ponderar sobre a exoneração de congressistas de extrema-direita, que compõem a bancada do seu partido.
A polícia registrou 11 supostos eventos de segurança na capital. Manifestantes, contudo, incluindo judeus antissionistas, reafirmaram a atmosfera pacífica da marcha.
Desde outubro, o governo britânico ampliou o policiamento na tentativa de silenciar e reprimir as manifestações, incorrendo em perdas de £32.3 milhões (US$41.5 milhões) aos cofres públicos. A polícia alterou o turno de 35 mil oficiais, incluindo ao revogar folgas.
As manifestações denunciam o genocídio israelense em Gaza, incluindo obstrução ao acesso humanitário, sobretudo na região norte, onde dezenas já morreram de fome.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, em retaliação a uma operação transfronteiriça do grupo Hamas, que capturou colonos e soldados. São 31.045 palestinos mortos e 72.654 feridos até então, além de dois milhões de desabrigados.
Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, Israel insiste em impedir a entrada de assistência humanitária a Gaza.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.