A assistência alimentar a centenas de milhares de refugiados sudaneses radicados no Chade, muitos dos quais à margem da fome, deverá ser suspensa no próximo mês, caso não haja financiamento, advertiu nesta terça-feira (12) o Programa Alimentar Mundial (PAM).
Desde que eclodiu a guerra civil no Sudão, em abril último, mais de meio milhão de sudaneses fugiram ao Chade pela fronteira árida, tornando o país um dos focos para refugiados no continente africano, com mais de um milhão de pessoas no total.
A agência assistencial das Nações Unidas, porém, advertiu que muitas famílias já pulam refeições, devido ao déficit de financiamento. Segundo o alerta, metade das crianças sudanesas com menos de cinco anos no país sofrem de anemia grave.
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“Já cortamos operações de maneiras que seriam impensáveis há alguns anos, deixando pessoas famintas à beira da inanição”, declarou Pierre Honnorat, emissário nacional do PAM. “Precisamos que os doadores impeçam que a situação se torne uma catástrofe absoluta”.
Uma rota de abastecimento do Chade à região de Darfur, no Sudão, onde a fome também se aprofunda, está igualmente ameaçada pela falta de doações, prosseguiu a nota.
Os recursos, segundo a entidade, são cruciais à véspera da temporada de chuvas, quando algumas comunidades no Chade são isoladas por enchentes.
O PAM pede urgentemente US$242 milhões, a fim de garantir apoio pelo próximo semestre.