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Estruturas racistas na Alemanha encobrem crimes de ódio, alerta especialista

Polícia da Alemanha aborda menino durante protesto pró-Palestina, em Berlim, 28 de dezembro de 2023 [Maryam Majd/Getty Images]

Crimes de ódio, racismo e islamofobia são protegidos na prática por autoridades na Alemanha, à medida que juízes abordam casos contra a comunidade islâmica e outras diásporas com evidente preconceito, reportou Mehmet Osman Gulyesil, pesquisador da Faculdade de Direito da Universidade de Humboldt em Berlim.

As informações são da agência de notícias Anadolu.

Segundo Gulyesil, ataques islamofóbicos “são deliberadamente encobertos por estruturas racistas na força policial e outras da Alemanha”.

“Ataques contra muçulmanos são frequentemente tratados como crimes ordinários”, argumentou. “É fundamental mencionar a crise institucional vivenciada pelas forças policiais nos últimos anos”.

Segundo Gulyesil, uma das principais estratégias da extrema-direita, em ascensão na Alemanha, é “se infiltrar em instituições de Estado sensíveis”, como polícia, exército e judiciário.

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O pesquisador apontou que o grupo terrorista Clandestinidade Nacional-Socialista (NSU), de caráter neonazista, foi efetivamente absolvido do assassinato de ao menos dez pessoas pertencentes a minorias étnicas entre 2000 e 2007.

Oito de suas vítimas tinham ascendência turca.

“Boletins de ocorrência costumam omitir casos penais”, acrescentou Gulyesil. “Tentam retratar os perpetradores como se não pertencessem a grupos neonazistas, mas sim como se estivessem em confronto com turcos ou muçulmanos”.

Para o pesquisador, tais práticas sugerem a presença endêmica de figuras racistas e islamofóbicas no âmago da polícia alemã.

Gulyesil reiterou que as liberdades da minoria islâmica estão sob ameaça no campo institucional, ao ponto de alguns posicionamentos de juízes alcançarem “termos inaceitáveis”.

“Vemos atitudes escandalosas a partir de perguntas feitas por autoridades sobre o Islã”, comentou Gulyesil, ao apontar que juízes e policiais parecem incapazes de realizar avaliações independentes da crença ou etnia das pessoas envolvidas.

Neste sentido, decisões controversas surgem de “motivações racistas”.

Incidentes continuam a crescer devido à falta de uma instituição capaz de representar a minoria islâmica na sociedade alemã, à medida que as autoridades mantêm esforços repressivos à liberdade de assembleia e culto, ao atacar mesquitas e organizações.

“Embora o Islã seja a maior minoria religiosa na Alemanha, não há representação especial em nível federal, para combater a islamofobia e propor medidas necessárias. A falta de uma instituição que represente os cidadãos muçulmanos é um enorme problema”, concluiu Gulyesil.

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