Em apenas cinco meses, Israel matou mais crianças na Faixa de Gaza — estreito enclave palestino do tamanho do estado da Filadélfia — do que a soma de todos os conflitos mundiais nos últimos quatro anos, confirmou nesta quarta-feira (13) Francesca Albanesa, relatora especial das Nações Unidas para os territórios ocupados.
Em relatório apresentado à organização internacional, Albanese lamentou a crise em Gaza, ao descrevê-la como processo sistemático equivalente a genocídio.
Seu dossiê destaca a realidade enfrentada pelas crianças palestinas sob ocupação israelense.
“Ao desraigar uma população, o genocídio não é um processo, mas sim um ato, e é precisamente o que acontece em Gaza — uma tragédia anunciada”, complementou Albanese na rede social X (Twitter). “Veja meu relatório sobre o tratamento das crianças palestinas sob ocupação israelense”.
O relatório detalha ataques implacáveis de Israel contra a população civil de Gaza, em particular contra a infância, à medida que as crianças representam o grosso das vítimas da violência.
O dossiê registra casos de agressão sistemática, bombardeios indiscriminados e destruição de infraestrutura, deixando famílias deslocadas e comunidades em ruínas.
Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, com mais de 30 mil mortos, 70 mil feridos e dois milhões de desabrigados. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.
Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.
As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.
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