A Federação Francesa de Futebol (FFF) recusou-se a permitir que partidas à noite sejam interrompidas durante o mês do Ramadã, entre 11 de março e 9 de abril, para permitir que atletas muçulmanos rompam o jejum.
Segundo o website RMC, a associação encaminhou uma notificação a clubes, comitês de arbitragem e instituições organizadoras para confirmar a decisão.
No ano passado, a federação determinou a mesma medida, incitando controvérsia. Na ocasião, alegou seguir diretrizes fundacionais de “respeito aos princípios do secularismo”. Atletas e comissões técnicas, contudo, pausaram as partidas para romper o jejum.
Eric Borghini, presidente da Comissão Federal de Árbitros (CFA) do órgão executivo do futebol francês, declarou ao jornal Le Parisien que sua entidade decidiu não emitir novas recomendações à liga para evitar “qualquer forma de provocação”.
“Se soubemos que isso está acontecendo de novo [pausas nos jogos], daremos um alerta”, declarou Borghini.
Conforme o Le Parisien, a FFF baseia sua decisão no Artigo 1.1 de seu Estatuto e Código de Ética, que proíbe todas as pausas assim como uso de véu ou lenços, como suposta violação de princípios de neutralidade, ao descrever práticas e tradições como “ato de proselitismo ou propaganda”.
Trata-se de medida discriminatória, aplicada em conformidade com políticas de governo. Nos últimos, a França adotou um viés repressivo contra a comunidade islâmica, ao proibir demonstrações de fés e atacar mesquitas.
Em contrapartida, a Premier League da Inglaterra, neste ano, instruiu oficialmente seus árbitros para que pausem as partidas após o pôr-do-sol durante o Ramadã. Alemanha e Holanda assumiram medidas similares.
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