Israel impôs novas restrições de entrada à Mesquita de Al-Aqsa, em Jerusalém ocupada, como preparativo à primeira sexta-feira de orações do mês islâmico do Ramadã, incluindo o requerimento de um cartão de acesso magnético válido por apenas um dia.
A polícia israelense afirmou em nota que “obras de manutenção” foram realizadas nos arredores de Al-Aqsa, para substituir um portão de segurança. Testemunhas apontam para o recrudescimento do aparato repressivo.
A polícia alegou ainda que os relatos de novas barreiras e checkpoints em Al-Aqsa são “infundados”, a fim de “inflamar a atmosfera”.
A rádio estatal israelense KAN, no entanto, confirmou que as autoridades ampliarão o contingente policial na região de Jerusalém ocupada, ao empregar três mil agentes adicionais somente para esta sexta-feira (15).
A Jordânia, que detém tutela oficial dos marcos religiosos de Jerusalém, emitiu uma nota condenando as medidas, ao descrevê-las como “perigosas e inaceitáveis”.
Sufian Qudah, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, aponto que é imperativo garantir o acesso a Al-Aqsa, ao reiterar que Israel não possui soberania sobre Jerusalém Oriental, tampouco autoridade para restringir a entrada ao santuário islâmico.
Na noite de domingo (10), forças israelenses impediram centenas de palestinos de entrar em Al-Aqsa para realizar seu primeiro tarawih, oração realizada durante o mês sagrado.
O Ramadã deste ano — mês de festividades, no qual muçulmanos jejuam do nascer ao pôr do sol — coincide com o genocídio em Gaza e a escalada colonial na Cisjordânia e Jerusalém.
Israel ocupou Jerusalém Oriental, onde está Al-Aqsa, em 1967, durante a chamada Guerra dos Seis Dias. Em 1980, anexou toda a cidade, medida jamais reconhecida internacionalmente.
LEIA: Ato pró-Palestina denuncia campanha de desinformação do New York Times