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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Netanyahu discute com ministro da Defesa sobre assistência a Gaza

Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e ministro da Defesa, Yoav Gallant, durante coletiva de imprensa na base military de Kirya, em Tel Aviv, 28 de outubro de 2023 [Abir Sultan/AFP via Getty Images]
Primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e ministro da Defesa, Yoav Gallant, durante coletiva de imprensa na base military de Kirya, em Tel Aviv, 28 de outubro de 2023 [Abir Sultan/AFP via Getty Images]

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, entrou em uma disputa com o ministro da Defesa, Yoav Gallant, sobre os apelos por entrega humanitária a Gaza, reportou a rede de televisão israelense Canal 12, segundo informações da agência Anadolu.

Segundo relatos, ambos discutiram no início da semana.

Durante encontro a portas fechadas, supostamente declarou Gallant: “O problema não é levar suprimentos, mas quem os distribui. Alguém tem que assumir a responsabilidade e, certamente, não será a Suécia. Tem que ser a Autoridade Palestina”.

Netanyahu respondeu ao dizer que “não quer ouvir falar da Autoridade Palestina”.

O confronto entre ambos prosseguiu, com divergências sobre a gestão palestina na Cisjordânia e o eventual controle de Gaza após Israel encerrar sua operação em curso.

A crise decorre de apelos do governo dos Estados Unidos do presidente Joe Biden — em ano eleitoral — para obter de Israel um plano do pós-guerra.

LEIA: Israel sugere empurrar palestinos de Rafah a ‘ilhas humanitárias’

Neste entremeio, colonos extremistas — incluindo ministros de governo, como Itamar Ben-Gvir (Segurança Nacional) — intensificaram a crise interna em Israel, ao obstruir comboios assistenciais e pressionar Gallant e comandantes militares a intensificar ainda mais a violência.

Washington insiste em “revitalizar” a Autoridade Palestina, ao cedê-la a administração de Gaza. Netanyahu se opõe à medida, ao prometer a reocupação do território a seu eleitorado.

Em entrevista à rede Politico, no início do mês, Netanyahu alegou que a “grande maioria” dos israelenses concorda com suas políticas. À rede de extrema-direita Fox News, atacou diretamente o incumbente americano, ao afirmar: “Biden não tem um problema comigo. Tem um problema com todo o povo de Israel”.

A Casa Branca pede a Tel Aviv que não invada Rafah, cidade no extremo sul de Gaza, na fronteira com o Egito — habitada atualmente por 1.4 milhão de refugiados. Contudo, sem aval.

A recusa israelense a qualquer negociação pela chamada solução de dois Estados e a persistente obstrução da assistência a Gaza, em meio a uma epidemia de fome, também se tornou um ponto de contenda entre Israel e seus aliados.

Israel mantém ataques a Gaza desde 7 de outubro, deixando 31.272 mortos, 73.024 feridos e dois milhões de desabrigados. Dois terços das vítimas são mulheres e crianças.

As ações são retaliação a uma operação do Hamas que cruzou a fronteira e capturou colonos e soldados. Segundo o exército israelense, cerca de 1.200 pessoas morreram na ocasião.

No entanto, reportagens investigativas do jornal israelense Haaretz mostraram que parte considerável das fatalidades se deu por “fogo amigo”, sob ordens gravadas de líderes militares para que suas tropas atirassem em reféns e residências civis.

Apesar de uma ordem do Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), sediado em Haia, de 26 de janeiro, Israel ainda impõe um cerco militar absoluto a Gaza — sem comida, água, medicamentos, energia elétrica ou combustível.

As ações israelenses são punição coletiva, crime de guerra e genocídio.

 LEIA: Ato pró-Palestina denuncia campanha de desinformação do New York Times

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