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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Emissário chinês reúne-se com líder do Hamas pela primeira vez desde outubro

Wang Kejian, diplomata chinês, encontra-se com Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, no Catar, em 17 de março de 2024 [X/Reprodução]
Wang Kejian, diplomata chinês, encontra-se com Ismail Haniyeh, líder político do Hamas, no Catar, em 17 de março de 2024 [X/Reprodução]

Pela primeira vez desde 7 de outubro, um emissário do Ministério de Relações Exteriores da China reuniu-se com o líder do gabinete político do movimento palestino Hamas, Ismail Haniyeh, confirmou em comunicado nesta terça-feira (19) a chancelaria em Pequim.

O encontro ocorreu no Catar, no último domingo (17). O embaixador chinês em Doha, Cao Xiaolin, acompanhou a reunião.

Segundo as informações, o diplomata Wang Kejian e Haniyeh “trocaram perspectivas sobre o conflito em Gaza e outras questões”.

Kejian reiterou que o Hamas — grupo político-militar que administra Gaza — é “parte do tecido nacional palestino”, de modo que relações entre as partes são fundamentais.

Trata-se do primeiro contato público entre Pequim e Hamas desde 7 de outubro, quando Israel lançou sua campanha de bombardeios contra Gaza, em retaliação a uma operação transfronteiriça do braço armado do Hamas.

“Ambos discutiram desenvolvimentos em campo e políticos relacionados à situação em Gaza e formas de cessar a guerra e enviar assistência urgente, sobretudo à luz dos assassinatos, inanição, massacres e esforços para criar o caos”, prosseguiu o comunicado.

O diplomata chinês mencionou também o “relacionamento próximo e histórico entre os povos chinês e palestino e as posições firmes de Pequim sobre a questão palestina e as justas demandas de seu povo por um Estado livre e independente”.

Haniyeh pediu fim dos massacres, retirada militar de Israel, retorno dos deslocados a suas casas, obras de habitação e reconstrução e esforços em nome das aspirações políticas do povo palestino, sobretudo por um Estado soberano com Jerusalém com sua capital, mediante direito de retorno dos refugiados e autodeterminação.

Haniyeh enalteceu ainda o papel desempenhado por Pequim no Conselho de Segurança, na Organização das Nações Unidas (ONU) e no Tribunal Internacional de Justiça (TIJ), além do envio de socorro humanitário a Gaza.

Antes de viajar a Doha, Wang visitou Israel e a Cisjordânia ocupada.

Em Pequim, Lin Jian, porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, reforçou apelos a todas as facções nacionais palestinas para que dialoguem em nome da “reconciliação interna”.

Lin parabenizou o novo primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Mustafa, e reafirmou: “Apoiamos todas as organizações políticas na Palestina para que conquistem sua reconciliação interna, por meio de consultas e diálogo”.

Lin comentou a nova invasão israelense ao Hospital al-Shifa, na Cidade de Gaza, maior complexo de saúde do enclave sitiado, neste fim de semana. “O que aconteceu no Hospital al-Shifa sumariza a crise humanitária que assola Gaza”, observou.

Segundo a rádio militar israelense Kan, cerca de 80 palestinos foram detidos após a operação em Al-Shifa.

“A prioridade no momento é materializar um cessar-fogo imediato, proteger civis com tudo que podemos, evitar maiores baixas e atenuar a crise humanitária”, acrescentou Lin.

O genocídio perpetrado por Israel em Gaza soma 30 mil mortos e 70 mil feridos em pouco mais de cinco meses, além de dois milhões de desabrigados.

 LEIA: Duna 2: uma história de resistência palestina contra a ocupação de Israel

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